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Com estiagem, represa no rio Grande, no interior de SP, está em 43% da capacidade; veja fotos

Boa parte do Sudeste e Centro-Oeste está há mais de 150 dias sem chuvas expressivas; hidrelétrica de Marimbondo retoma baixa de 2022

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Ribeirão Preto

A represa de Marimbondo, no rio Grande, localizada entre o interior de São Paulo e o sul de Minas Gerais, nos municípios de Icém (SP) e Fronteira (MG), está operando com 43,33% de sua capacidade.

A situação está relacionada às baixas afluências registradas no último período úmido e ao longo do período seco em curso nas bacias hidrográficas das regiões Sudeste e Centro-Oeste, situação que vem sendo alertada pelo ONS (Operador Nacional de Sistema Elétrico) desde dezembro do ano passado.

Reservatório da hidrelétrica de Marimbondo, no interior paulista, está com nível baixo, de 43% - Folhapress

O volume útil da usina de Marimbondo é o mais baixo da bacia do Rio Grande e o terceiro pior do Sudeste e do Centro-Oeste. O conjunto das bacias das duas regiões acumulava até esta semana reservas médias de 61,30% (variando de mínimas de 23,34%, em Serra do Falcão, no Paranaíba, e 25,08%, no Jurumirim, até 89,89%, na Ilha Solteira).

Projeções feitas pelo ONS "apontam para condições desfavoráveis para o subsistema Sudeste/Centro-Oeste, onde está inserida a UHE Marimbondo, sendo esperada afluência da ordem de 51% da média de longo termo (MLT) para o período de julho a dezembro de 2024 nesse cenário".

Tendo em vista essa perspectiva, o ONS reforça ainda que "mantém contínuo acompanhamento das condições hidrometeorológicas das bacias nas quais há aproveitamentos que compõem o Sistema Interligado Nacional (SIN) e que as políticas operativas definidas consideram também a promoção da segurança hídrica dessas bacias".

De acordo com relatório do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico do ONS elaborado em 3 de julho, entretanto, "não há riscos relacionados ao atendimento eletroenergético" no SIN.

Climatempo, empresa privada de aferição climática, afirma que Sudeste e Centro-Oeste estão, em boa parte de seus territórios, há mais de 150 dias sem chuva expressiva.

Histórico de seca

O mês de julho com o menor volume em Marimbondo foi em 2021, quando a represa atingiu mínima de 15,80%, seguido de 2020, momento em que atingiu 38,60% de capacidade. Ainda assim, a situação em 2024 preocupa.

"A hidrelétrica localizada no rio Grande, em Icém, tem um importante papel na produção de energia e o sistema produz energia através da água presente no reservatório. Os últimos meses no Brasil foram muitos secos", afirma o meteorologista Guilherme Borges, do Climatempo.

Em nota, a Eletrobrás Furnas, responsável pelo reservatório da usina de Marimbondo, diz que a unidade vem "operando normalmente conforme despacho" do ONS.

A atuação de diversos bloqueios atmosféricos desde meados do ano passado tem favorecido a estabilização das massas de ar mais quentes na central do Brasil. Segundo o Climatempo, essas condições prejudicam a formação de nuvens de chuva mais significativas e levam à persistência de dias mais quentes por longo prazo e ao desabastecimento dos reservatórios.

Desde o início do ano, já foram cinco períodos de tempo seco na região de Marimbondo. "Importante destacar que o inverno é onde chove menos no Brasil. A tendência é que a seca se agrave ainda mais nos próximos meses", disse Borges.

O último relatório do Monitor de Secas da ANA (Agência Nacional de Águas) também aponta a intensificação do fenômeno em São Paulo e Minas Gerais, especialmente com áreas com sequidão moderada. No Espírito Santo e no Rio de Janeiro, o grau de severidade da seca ficou estável em junho.

Por meio da ferramenta, atualizada pela ANA em parceria com diversos órgãos em todo país, é possível comparar a evolução das secas nos 26 estados e no Distrito Federal a cada mês. As séries históricas registradas servem para orientar planejamentos e ações públicas de curto e longo prazo.

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