Folha cria calculadora de geração de lixo plástico e quiz sobre reciclagem

Ferramentas interativas da série Além do Lixo

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São Paulo

A série Além do Lixo traz, no site da Folha, uma calculadora da geração de resíduos plásticos da sua casa e um teste dos seus conhecimentos sobre reciclagem.

As ferramentas, desenvolvidas respectivamente pela equipe do Delta Folha e pela editoria de Arte, servem para dar dimensão personalizada à produção de lixo plástico de cada um e para divulgar informações sobre separação de resíduos no Brasil.

Elas podem ser acessadas em folha.com/alemdolixo ou clicando abaixo:

Resíduos plásticos, que são recicláveis mas muitas vezes não são reciclados
Resíduos plásticos, que são recicláveis mas muitas vezes não são reciclados - vahit / adobe stock/adobe stock

A calculadora estima a sua pegada de lixo plástico com base apenas no essencial consumido pelas famílias brasileiras. São 33 produtos da cesta básica ou comuns às compras médias dos brasileiros, distribuídos em quatro categorias: alimentação, higiene, limpeza e outros.

O resultado indica a quantia básica de lixo plástico doméstico que o leitor descarta por ano. A calculadora mostra que a média de lixo plástico gerada apenas por esses itens em uma casa é de cerca de 49 kg ao ano, cerca de 18 kg por pessoa, o que bate com as estimativas reconhecidas por especialistas do setor.

Segundo a consultoria S2F Partners, dedicada a soluções em resíduos e meio ambiente, a geração de lixo é proporcional à renda. Considerando hábitos dentro e fora de casa, a média de resíduos sólidos urbanos gerada por pessoa é de 380 kg por ano, sendo 62,73 kg de plásticos.

Quem recebe acima de R$ 12 mil por mês, em média, descarta 103,28 kg ao ano —2,7 vezes o plástico gerado por quem ganha até R$ 543 por mês e 1,8 vez por quem tem renda de até R$ 1,3 mil.

A calculadora utilizou duas fontes principais: a Cesta Básica de São Paulo de 2024 (lista atualizada por Procon e Dieese), que reúne produtos essenciais, e o consumo per capita desses produtos a partir de dados Pesquisa Orçamentária Familiar (POF) do IBGE, de 2018.

No Brasil, estudo da ONG WWF, baseado em dados do Banco Mundial, afirma que, em 2019, apenas 1,3% do plástico foi reciclado. Já o um índice da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), que representa o setor, indica que a reciclagem foi de 25,6% em 2022.

Segundo o estudo da WWF, o Brasil é o quarto maior produtor de lixo plástico do mundo, atrás de EUA, China e Índia.

Já o teste dos seus conhecimentos sobre reciclagem é capaz de revelar que nem tudo o que é reciclável será, de fato, reciclado. Isso que fica evidente nos dados oficiais disponíveis sobre o setor de reciclagem no Brasil: o país recicla apenas 4% dos resíduos sólidos urbanos recicláveis.

O teste de conhecimentos sobre reciclagem pode revelar que aquilo que você achava que não era reciclável, na verdade, é. Ou que aquele material que você tinha certeza que era reciclável, na prática, não é reciclado em escala no Brasil.

Isso porque existem barreiras logísticas e econômicas à reciclagem de determinados materiais, mas há também questões técnicas que fazem com que ele seja mais ou menos reciclável. E a reciclabilidade de cada resíduo é determinada por essa combinação técnica, logística e econômica.

Isso não quer dizer que algo que não é reciclável atualmente não possa vir a sê-lo. Novas tecnologias de reciclagem estão surgindo, e há cada vez mais indústrias e empresas interessadas em criar novas embalagens com maior reciclabilidade.

Esse fenômeno ocorre porque, cada vez mais, a responsabilidade pela gestão de resíduos é das empresas cujos produtos geraram algum tipo de descarte.

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