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'Foi um ano doentio até chegarmos nisso', diz sobrevivente do atentado contra Marielle sobre prisão de suspeitos

A jornalista Fernanda Chaves afirma que não consegue dar um nome ao que sentiu com a prisão dos suspeitos

A jornalista Fernanda Chaves - Folhapress

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Única sobrevivente do atentado que matou a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Silva, a jornalista Fernanda Chaves disse que sente um "certo alívio" com a prisão de dois suspeitos de participarem do assassinato nesta terça (12).

Chaves conversou com a repórter Bruna Narcizo enquanto arrumava as malas para participar de uma homenagem à vereadora feita pela ativista Angela Davis na Universidade de Princeton, nos Estados Unidos.

Como você se sentiu com as prisões de dois acusados da morte da Marielle e do Anderson?
Hoje foi o dia de sentimentos mais estranhos [desde o dia do atentado]. Não consigo nem dar um nome para o que eu estou sentindo. Me deparar com a imagem dessas duas figuras que metralharam o carro em que eu estava e tiraram a vida da Marielle é um sentimento... Não sei, só sei que dá um gosto horrível na boca. 

Qual a sua opinião sobre o andamento das investigações?
A Promotoria e as autoridades que investigaram estão de parabéns. Agora, foi um ano desesperador para a gente chegar nisso. Um ano doentio e muito difícil. E existe uma coisa por trás disso tudo, que não quer calar. É fundamental que seja esclarecido quem mandou matar a Marielle, quem está por trás disso, quem pagou por isso, quem foi o mandante. 

Está aliviada?
É um certo alívio a gente ter chegado a esse momento. Alivia um pouco aquela angústia incessante. Mas continua a pergunta: quem mandou e por que mandou matar a Marielle? A operação de hoje é também importante por conta da apreensão de materiais e de equipamentos que podem ser fundamentais para se chegar aos mandantes. 

O governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), declarou que os presos poderão fazer delação premiada. 
Se for uma medida eficaz para se chegar aos mandantes acho razoável. Que a gente possa usar de todas as possibilidades. Não podemos passar mais um ano se perguntando "Quem mandou matar a Marielle?" 

Voltaria a morar no Rio?
Ainda não me sinto segura. Ainda acho que tem muitas perguntas que precisam ser respondidas. Quando você não sabe de onde veio isso, você não sabe do que se defende. Estas prisões hoje foram importantes, mas as perguntas continuam e eu quero respostas para elas. Sinto saudades do Rio, mas por enquanto essa não é uma possibilidade.

Na quinta (14) faz um ano do atentado, como você está?
Estava bem ansiosa com a proximidade dessa data, até antes das notícias da prisão. Seria novamente um 14 de março em que eu não poderia estar nos eventos de homenagem, não poderia estar ao lado das pessoas que eu trabalhava, que eu dei "Boa noite e até amanhã" há um ano e nunca mais voltei.

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