Parlamentares da base de apoio de Jair Bolsonaro evitaram comentar o indiciamento do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), líder do governo no Senado, pela Polícia Federal. Eles não falaram nas redes e, procurados pelo Painel, não responderam ou disseram que não se pronunciariam.

Coelho e o filho, o deputado Fernando Coelho Filho (DEM-PE), são suspeitos dos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, associação criminosa, falsidade ideológica e omissão de prestação de contas.

O relatório final da delegada do caso afirma que pai e filho receberam R$ 10,4 milhões de empreiteiras relativos a vantagens indevidas que teriam recebido durante o período em que Bezerra foi ministro da Integração Nacional do governo Dilma Rousseff (PT). Eles negam.

Vários dos parlamentares que integram a base do governo foram eleitos pela bandeira anticorrupção. A deputada Alê Silva (PSL-MG), por exemplo, disse que não estava sabendo do indiciamento e que havia passado o dia em atividades parlamentares. Após ser informada do ocorrido, afirmou que não está apta a emitir qualquer opinião sobre o processo.

O Painel procurou outros oito parlamentares bolsonaristas por meio de mensagens ou ligações. Apenas Bibo Nunes (PSL-RS) fez comentários. Disse que é necessário aguardar a apuração dos fatos, mas que em qualquer lugar do mundo o indiciamento do líder é ruim para o governo.