Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
C&A reabre lojas em São Paulo com provadores fechados
Vendas de pijamas pela internet explodiram na quarentena, segundo empresa
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Guarda-roupa A C&A reabre suas lojas na capital paulista com provadores fechados, mercadoria de troca guardada em quarentena e a avaliação de que o consumidor só vai voltar de fato a frequentar shopping quando se sentir seguro em relação ao contágio. Segundo Paulo Correa, presidente da marca, que viu as vendas de pijamas e moletons explodirem no ecommerce após o início da pandemia, a procura por camisas e alfaiatarias não deve reagir tão cedo.
Cabide O vírus pegou o mercado de moda com o lançamento da coleção de inverno planejada. "Se você pensar que nós fechamos todas as lojas em 20 de março e, mesmo assim, estamos correndo atrás para repor esse tipo de produto [roupas confortáveis] no online, você tem a noção de como a demanda foi forte", diz Correa.
Look A pandemia teve fases, segundo o executivo: na primeira semana após o fechamento, as vendas caíram, mas depois cresceu a demanda por pijamas, e na sequência veio o interesse pelas peças coloridas.
Espelho Correa diz que, em abril, um moletom colorido da marca acabou em poucos minutos após ser vestido por um participante do Big Brother. "Ali levantou a nossa orelha de que havia oportunidade e aumentamos o volume nessas categorias. As pessoas ficaram entediadas em casa e começaram a buscar alegria na cor", diz.
Passarela A venda de pantufas subiu mais de 5.000%, a de pijamas, mais de 1.200% e a de moletons passou dos 700%, conforme os dados da C&A.
Zíper Os jeans com modelagem mais larga que estão na moda resistiram, segundo Correa. Mas a demanda por roupas formais de trabalho despencou. "Tem hoje uma procura muito baixa por esse tipo de artigo, Não estamos vendo recuperação nisso e acho que talvez demore algum tempo para voltar", diz ele.
PROSA
Estamos tratando o assunto da reabertura com cautela. O ponto não é o dia que reabre o shopping, mas o dia em que as pessoas se sentem seguras e confortáveis para voltar a frequentar como antes, sem a preocupação com o vírus. Essa é a grande barreira
Paulo Correa, presidente da C&A Brasil
Com Filipe Oliveira e Mariana Grazini
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