Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
Movimento de doações na pandemia deve acelerar investigação de mortes por marmita envenenada
Entidade diz que crime tem de ser descoberto para não atrapalhar doações
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A relevância conquistada pelo movimento de doações durante a pandemia deve servir de pressão para acelerar a investigação das mortes de dois moradores de rua em Itapevi, na Grande SP. Eles ingeriram marmitas doadas com alimentos contaminados por veneno de rato.
Entidades representantes do terceiro setor dizem que o crime precisa ser esclarecido para não prejudicar a adesão às doações.
“Não é aceitável usar uma ação de bondade para cometer um crime que, inclusive, pode prejudicar milhões de brasileiros que estão doando para diminuir o impacto que a pandemia está trazendo para todo o país”, diz João Paulo Vergueiro, diretor da ABCR (associação de captadores de recursos).
Para Celso Athayde, fundador da Cufa (Central Única das Favelas), o esclarecimento do crime é fundamental para que trabalhos sérios e importantes não sejam enfraquecidos ou desacreditados. “A base para o estabelecimento das parcerias e doações é a confiança e a transparência estabelecidas entre os doadores e as organizações que fazem os recursos chegarem a quem mais precisa. A demanda por auxílio segue grande e é proporcional ao número de vítimas da pandemia”, afirma Athayde.
Com Filipe Oliveira e Fernanda Perrin
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