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A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Carnes necessitam de um marketing proativo, segundo analistas do setor

Leque de concorrência aumenta no setor e, por trás das novas tendências, têm grupos com grande poder econômico

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O consumo de carne bovina cada vez mais vem sofrendo pressões na sociedade. O que está errado com essa proteína? O marketing.

Essa é a conclusão de especialistas reunidos pelo IMS (International Meat Secretariat) em Banff, cidade do Canadá.

Antes, a carne vermelha tinha um número reduzido de concorrentes, entre os quais a carne de frango e de peixe.

Carne é cortada em evento em Los Angeles - Mario Anzuoni - 15.fev.19/Reuters

Atualmente, a concorrência no setor enfrenta até a chegada da carne de laboratório.

A afirmação é de Mariane Crespolini, consultora de mercados agropecuários e produtora rural, que participa do evento no Canadá.

Investimentos e tecnologia tornam as carnes de laboratório cada vez mais viáveis. Bom marketing coloca o produto em evidência. Além disso, o foco sobre a dieta à base de vegetais se intensifica.

É preciso mudar o marketing da carne vermelha, segundo Cespolini. As discussões no Canadá giram em torno de o setor se tornar mais proativo e menos defensivo, segundo ela.

As discussões se dão entre quatro grupos específicos. Um deles é o dos vegetarianos, com os quais o setor não precisa se preocupar muito, pois eles já não comem carne.

Em outra ponta, estão os amantes e consumidores de carne, que também não necessitam de muita atenção, porque já são adeptos da proteína animal.

O foco, porém, deve estar nos dois grupos intermediários. Um deles são os “flextarianos”, que não rejeitam as carnes, mas começam a passar mais dias sem ingerir a proteína em suas refeições.

Na avaliação desses consumidores, a carne é saudável, mas o gado afeta o ambiente. Por isso, eles diminuem o consumo semanal.

Outro grupo são os que estão trocando os hambúrgueres de carne pelos de soja, e o leite de vaca pelo de amêndoas e ou de outros produtos.

Esses dois grupos intermediários merecem muita atenção e a preocupação dos representantes do setor de carne que estão reunidos no encontro do IMS.

Por trás dessas novas tendências estão grupos com grande poder econômico. Fundos de investimentos e multinacionais do setor de proteínas já se movimentam em busca de novos produtos.

As pesquisas são constantes e em breve os produtos podem se tornar economicamente viáveis.

Em 2020, Mumbai, na Índia, terá o primeiro centro mundial dedicado à carne com base nas células bovinas. Bill Gates e empresas gigantes do setor de carnes deverão participar desse centro.

As medidas proativas que devem ser incluídas nas campanhas de marketing vão desde os destaques da qualidade da carne na alimentação humana até as diferentes maneiras de prepará-la.

A proteína, por exemplo, é importante para pessoas com deficiência em ferro, e a carne brasileira de gado a pasto pode conter mais ômega que o salmão, segundo Crespolini.


 

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