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Após mortes, Forças Armadas prendem 38 suspeitos em ação no Rio 

Operação também fechou escolas na Cidade de Deus e região metropolitana

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Membros das Forças Armadas revistam moradores da Cidade de Deus durante operação policial no Rio - Ricardo Moraes/Reuters

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Rio de Janeiro | UOL

Trinta e oito suspeitos foram detidos nesta quarta-feira (7) em uma operação integrada das Forças Armadas e das polícias na Cidade de Deus, na zona oeste do Rio de Janeiro.

Segundo a secretaria de Segurança, o objetivo é prender suspeitos procurados. Ainda não há registro de feridos ou mortos.

Em razão dessa ação, 12 escolas, quatro creches e cinco Espaços de Desenvolvimento Infantil não abriram as portas, segundo a secretaria de Educação.

Até o fim da tarde, 38 pessoas haviam sido encaminhadas para a Cidade da Polícia —entre eles dois menores autuados em flagrante ou em cumprimento de mandados de prisão e busca e apreensão. Três suspeitos estão sendo identificados.

Foram apreendidos três  fuzis e quatro pistolas, um carregador de fuzil e dois de pistola, além de três carros e sete motos, drogas e munições em quantidade não especificada. A operação está em andamento.

Militares participam de operação de segurança no Rio de Janeiro - Reprodução/TV Globo

As Forças Armadas estão responsáveis pelo cerco e desobstrução de vias na Cidade de Deus. Também estabelecem pontos de bloqueio, controle e fiscalização de vias urbanas nos acessos à BR-101, na região de São Gonçalo, e realizam patrulhamento ao longo do Arco Metropolitano, isso para evitar a fuga de criminosos para outras favelas.

Conhecida internacionalmente por causa de um filme sobre ela, a Cidade de Deus foi a favela que mais sofreu com tiroteios neste início de 2018. Foram 46, segundo o aplicativo Fogo Cruzado, que mapeia de forma colaborativa a violência armada na região metropolitana do Rio.

O Rio vive descontrole na área de segurança pública. Em 2017, 6.731 pessoas foram mortas de forma violenta no Estado, uma média de 18 por dia. O número representa um retrocesso de anos. Desde 2009 não é tão alta a taxa de crimes com morte violenta intencional, roubo seguido de morte, lesão corporal seguida de morte e homicídio após oposição à intervenção policial.

No mesmo período, 134 policiais militares foram mortos na onda de violência.

O ano de 2018 segue violento. A última terça (6) foi de pânico na zona norte da cidade, com a morte de duas crianças em episódios diferentes e vias expressas fechadas devido a tiroteios entre policiais e criminosos.

Os números do Fogo Cruzado mostram que houve 688 tiroteios em janeiro deste ano, o maior número já registrado desde que a plataforma foi ao ar, em julho de 2016. Houve um aumento de 117% em relação ao mesmo período de 2017. Em média, foram 22 por dia, mais do que a média de 2017, que foi de 16 por dia.

A capital foi o município da região metropolitana que mais registrou tiroteios/disparos de arma de fogo (417), seguido de São Gonçalo (69) e Niterói (46).

Bairros com favelas conflagradas concentraram a maior parte desses conflitos -- Cidade de Deus e Rocinha. Em seguida vem o bairro da Tijuca, onde um garçom morreu baleado enquanto passava um bloco de Carnaval.

Com salários atrasados e falta de dinheiro para manutenção de veículos e equipamentos para a polícia, o Rio tem sofrido com o crescimento dos índices de violência.

A crise também enfraqueceu o projeto das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), que estão passando por modificações, abrindo espaço para novas guerras entre facções de bandidos.

Mas especialistas em segurança pública dizem que não é de hoje a tendência de agravamento da situação e apontam um conjunto de fatores para essa deterioração.

Para Ignacio Cano, do Laboratório da Análise de Violência, da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), políticas bem-sucedidas dos anos iniciais da gestão de José Mariano Beltrame (2007-2016) na segurança pública foram reproduzidas sem avaliações e correções de rumo.

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