Siga a folha

Morre, aos 77, a antropóloga e especialista em estudos da violência Alba Zaluar

Professora enfrentava um câncer de pâncreas; velório será realizado na manhã de sexta (20) no Rio

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Marina Lang
Rio de Janeiro

A antropóloga Alba Zaluar, 77, morreu nesta quinta-feira (19). A informação foi confirmada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e pela Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro). Ela enfrentava um câncer de pâncreas.

Professora de antropologia no IESP (Instituto de Estudos Sociais e Políticos) da Uerj, Alba fundou e chefiou o Nupevi (Núcleo de Pesquisa em Violências), cujos temas de estudo variam entre segurança pública, violência doméstica e tráfico de drogas. 

Antropóloga Alba Zaluar - Reprodução

Em nota, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública lamentou a morte da antropóloga. 

“Ao longo de sua trajetória, a professora Alba se transformou em uma referência para os pesquisadores e estudiosos da área de Segurança Pública no Brasil e no Exterior, tornando-se uma referência no meio acadêmico. Como associada do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Alba nos ajudou a construir um espaço relevante nas discussões sobre os diversos temas que envolvem o setor. Em nome de todos os nossos associados, enviamos condolências aos familiares e amigos de Alba Zaluar”, diz o comunicado. 

O IESP também se manifestou por meio de comunicado. “[Alba] era docente do nosso Programa de Pós-graduação em Sociologia de 2012 a 2019 e atualmente pesquisadora associada do Instituto. Alba Zaluar foi uma das mais importantes referências da sociologia e da antropologia urbana e da violência no Brasil, tendo publicado dezenas de artigos, capítulos e livros sobre os temas e lecionado em centros como Unicamp e IMS-UERJ”, informa o texto.

O velório da professora será realizado na manhã de sexta-feira (20), a partir das 10h, na Capela 6 do Cemitério São João Batista. O sepultamento está marcado para as 13h no mesmo local.

Estudiosos de violência no país e políticos lamentaram a morte da antropóloga em suas redes sociais. 

“O Fórum Brasileiro de Segurança Pública lamenta profundamente a morte da antropóloga Alba Zaluar, ocorrida na tarde desta quinta-feira (19), no Rio de Janeiro”, declarou Renato Sérgio de Lima, presidente da entidade, em seu Twitter.

“Uma noticia triste. Uma perda inestimável. Morre Alba Zaluar, a grande socióloga”, disse o ex-prefeito e atual vereador do Rio, Cesar Maia (DEM). 

O deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ) também emitiu uma nota de pesar. “Triste notícia! Perdemos a socióloga e professora Alba Zaluar! Grande pesquisadora, deu importantes contribuições para o debate sobre segurança pública e violência urbana. Que sua família encontre conforto neste momento tão difícil”, declarou o parlamentar. 

A também deputada federal Jandira Feghali (PC do B-RJ) lembrou da contribuição de Alba e de suas pesquisas dentro do tema que pesquisava. “Triste a partida da antropóloga Alba Zaluar, professora da UERJ. Contribuiu muito para o debate da segurança pública e reflexão social e política das últimas décadas. Meu abraço afetuoso aos familiares e amigos da decana”, declarou ela em sua rede social. 

Em seu Instagram, o ex-deputado federal Indio da Costa (sem partido), que foi candidato a governador do Rio no ano passado pelo PSD, prestou suas homenagens à professora. 

“Morre um pouco de mim com o falecimento da Alba Zaluar. Inteligente, intelectual, Alba foi minha amiga nas horas mais difíceis. Sempre tinha uma palavra de afeto. Que Deus a tenha”, declarou. 

Também especialista em segurança pública, a professora Jacqueline Muniz, da UFF (Universidade Federal Fluminense), enviou uma nota de pesar à Folha. 

“Alba Zaluar foi uma das pioneiras das pesquisas sobre violência e criminalidade no Brasil. Sua rica obra formou e influenciou sucessivas gerações de pesquisadores. Alba manteve-se fiel ao seu pensamento apaixonado pelo Rio de Janeiro: irreverente, provocativo e questionador. Sua morte é uma grande perda para a ciência no Brasil”, disse.

À Folha a cientista política Ilona Szabó, especialista em segurança pública e política de drogas, também lamentou a morte da antropóloga. 

“Alba Zaluar foi uma pioneira, alguém que abriu caminhos nos estudos sobre crime e violência. Uma antropóloga formidável, ela formou uma geração de jovens pesquisadores, especialmente mulheres, trabalhando na área de segurança pública, tradicionalmente dominada por homens. Perdemos uma gigante, mas seu legado permanecerá”, declarou.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas