Após chacina, comandante da PM em Tabatinga (AM) é afastado
Secretário de Segurança diz em sabatina que policiais foram transferidos e que investigação teve reforço
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A Secretaria de Segurança Pública do Amazonas exonerou o comandante da PM em Tabatinga (1.106 km de Manaus), tenente-coronel Eddie César, e transferiu outros policiais militares após a morte de pelo menos sete pessoas, em aparente represália ao assassinato de um sargento da corporação.
A informação foi dada nesta terça-feira (13) pelo secretário de Segurança Pública, o coronel da PM Louismar Bonates, durante sabatina na Assembleia Legislativa. O encontro foi fechado à imprensa, mas a Folha teve acesso ao áudio.
A onda de mortes ocorreu nos dias 12 e 13 de junho, mas só foi revelada duas semanas depois, após reportagem da Folha. O sargento Michael Cruz foi assassinado a tiros por volta do meio-dia, na região portuária de Tabatinga. O suposto autor do disparo foi morto na sequência.
Mesmo assim, os PMs fizeram uma grande operação na cidade, muitos deles com capuz e à paisana. Três jovens foram mortos por policiais sem oferecer resistência e outros três foram torturados e assassinados, segundo relatos de testemunhas. Outro jovem, que foi visto sendo levado pela PM em 12 junho, continua desaparecido.
Aos deputados Bonates disse que o comando foi afastado “mesmo não tendo nada comprovado da participação efetiva ou dolosa da Polícia Militar. Mas entendemos que deveríamos dar uma resposta imediata".
“Retiramos o comandante, foi penalizado porque realmente vinha fazendo um trabalho considerado bom”, afirmou o secretário. Ele também disse que alguns policiais militares foram retirados de Tabatinga, sem informar quantos.
Bonates afirmou aos parlamentares que o delegado da Polícia Civil Renato Simões, dois investigadores e um escrivão foram enviados à cidade, na fronteira com a Colômbia e o Peru, para reforçar as investigações. “Estão pegando os projéteis que estavam nos corpos para fazer a comparação balística e identificar possivelmente armas de policiais.”
Os parlamentares também questionaram Bonates sobre a prisão, na semana passada, de um de seus assessores mais próximos. O secretário executivo de Inteligência, delegado da Polícia Civil Samir Freire, é acusado pela PF e pelo Ministério Público Estadual do Amazonas de usar a estrutura de sua pasta para interceptar e roubar ouro transportado ilegalmente.
Bonates disse que desconhecia as atividades ilegais do subordinado, que despachava no mesmo prédio, e negou que o setor de inteligência tenha grampeado deputados estaduais, suspeita levantada por alguns deles durante a sabatina.
O coronel da PM está à frente da Segurança Pública desde o início do governo Wilson Lima (PSC), em 2019. Nesse período, a Polícia Militar já protagonizou três massacres. O mais grave deles, no bairro Crespo, em Manaus, deixou 17 mortos.
Procurada pela reportagem da Folha, a assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública se recusou a responder sobre a data da exoneração do comandante de Tabatinga e sobre o número de policiais militares afastados.
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