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Descrição de chapéu Rio de Janeiro

Polícia identifica suspeitos de sequestrar helicóptero no Rio para resgatar presos

Objetivo era libertar três líderes do Comando Vermelho, que estavam em 'movimentação atípica'

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Rio de Janeiro

A Polícia Civil divulgou nesta quarta-feira (22) as identidades dos dois suspeitos do sequestro de um helicóptero no domingo (19), com o objetivo de resgatar detentos do presídio Vicente Piragibe, em Bangu, zona oeste do Rio de Janeiro.

Marco Antônio da Silva, o Pará, gerente do tráfico da favela do Sabão, em Niterói (RJ), e Khawan Eduardo Costa Silva foram reconhecidos pelo piloto e identificados em filmagens enquanto aguardavam o abastecimento da aeronave.

Segundo a Polícia Civil, os suspeitos embarcaram na Lagoa, zona sul do Rio, e foram até Angra dos Reis (RJ). Na volta, tentaram obrigar o piloto Adonis Lopes a direcionar o helicóptero para o presídio. Os sequestradores não sabiam, porém, que além de fazer voos privados Lopes é também policial civil.

Quando já estava voando, o policial fez uma manobra para pousar em um batalhão da Polícia Militar e tentar impedir a continuidade do sequestro. Os bandidos, no entanto, perceberam a estratégia, agarraram Lopes e começaram a lutar com o piloto enquanto o helicóptero estava no ar.

Os suspeitos desistiram do plano quando perceberam que a aeronave poderia cair. Eles então mandaram o piloto seguir para Niterói, onde saltaram próximo a uma comunidade controlada pelo Comando Vermelho, segundo a polícia.

Marco Antônio da Silva (acima) e Khawan Eduardo Costa Silva, suspeitos de ter sequestrado o helicóptero - Divulgação/Polícia Civil

De acordo com as investigações, o objetivo do sequestro era resgatar da prisão três líderes do Comando: Marcinho do Turano (Márcio Gomes de Medeiros Roque​), Cabeça do Sabão (Carlos Vinícius Lírio da Silva) e Benemário (José Benemário de Araújo). Os três, segundo a polícia, apareceram em "movimentação atípica" em filmagens de dentro do presídio.

A polícia informou que já pediu a prisão de Khawan, que é amigo de longa data de Pará e não tem antecedentes criminais. Pará, segundo a polícia, é foragido porque já foi condenado por homicídio.

De acordo com o delegado William Pena Júnior, da Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais), a próxima fase da investigação terá como objetivo responder quem foram os mandantes e quem financiou a ação —os suspeitos pagaram R$ 14.500 pela viagem.

"É quase impossivel que tenham tentado um resgate desses sem aprovação da cúpula do CV", disse, mencionando os líderes Edgar Alves de Andrade, o Doca, e Wilton Carlos Quintanilha, o Abelha.

Segundo a Polícia Federal, Abelha foi solto no fim de julho em um esquema envolvendo o então secretário de Administração Penitenciária, Raphael Montenegro.

A polícia precisa esclarecer, ainda, o que os suspeitos foram fazer em Angra dos Reis. "Não posso dar uma informação que possa comprometer o restante da investigação", disse o titular da Draco.

Após a tentativa de sequestro, a Seap (Secretaria de Administração Penitenciária) transferiu Marcinho do Turano para o presídio Bangu 1, unidade de segurança máxima. A reportagem questionou se Cabeça e Benemário também serão transferidos, mas ainda não obteve resposta.

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), classificou como "esquisito" o sequestro do helicóptero. De acordo com o governador, a Seap não identificou qualquer movimentação atípica que indicasse uma preparação para fuga. A informação vai de encontro à declaração da Polícia Civil de que três líderes do CV foram gravados na prisão em meio a uma movimentação anormal.

"Ontem [domingo, 19] mesmo falei com o secretário Fernando Veloso [Administração Penitenciária]. Perguntei se tinha alguma movimentação por lá. Ele disse que não. Por óbvio toda a investigação está sendo feita", disse na noite desta segunda (20) o governador.

"Causou estranheza a todos, porque não houve nenhuma movimentação de nenhuma natureza na penitenciária, o que causa a gente até a achar que era alguém que foi pago e que achou que teria essa condição. Foi muito esquisito o que aconteceu. Mas estamos investigando para poder entender", declarou ele, após um evento na Procuradoria-Geral do Estado.

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