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Descrição de chapéu Censo 2022

IBGE estima população de 210,9 milhões no Brasil, 3,9% maior que a apontada no Censo 2022

Variação é maior do que a registrada nos Censos de 2000 e 2010; instituto diz que diferença se deve a uma possibilidade melhor de estimar a população

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São Paulo

A população estimada no Brasil em 2022 foi 3,9% maior do que a apontada durante o recenseamento feito pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) ao longo daquele ano. A estimativa chegou a 210.862.983 pessoas, ante 202.952.784 contadas pelo Censo Demográfico 2022. Os dados foram divulgados pelo instituto nesta quinta-feira (22).

O ajuste divulgado nesta quinta, de 3,9%, é superior aos dos recenseamentos de 2010 (2,2%) e 2000 (3%).

O último recenseamento cadastrou 203,1 milhões de habitantes no Brasil.

A diferença no número de recenseados, segundo o IBGE, ocorre pela data usada como referência. Para poder fazer comparações na projeção, os indicadores do Censo, referentes a 31 de julho no caso de 2022, são ajustados para 1º de julho, data usada para as estimativas. Assim, o número de 203.080.756 de habitantes do último dia daquele mês é ajustado para os 202.952.784 do primeiro.

O bairro Jardim Maravilha, em Guaratiba, subdistrito carioca que liderou o crescimento da população entre 2010 e 2022 - Folhapress

O método de estimativa, chamado de conciliação demográfica, analisa informações de três censos consecutivos —neste caso, os de 2000, 2010 e 2022— e considera dados de óbitos, nascimentos e migrações desse triênio.

A referência é o ano central. Quem tinha 10 anos em 2000 teria 20 em 2010. E quem tinha 32 anos em 2022 teria 20 anos em 2010. A partir daí, calcula-se a população daquele ano, que passa a ser o número de partida para revisões e novas projeções.

Os dados de projeção são referências para políticas públicas e também para pesquisas do IBGE como a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua e a Pesquisa de Orçamentos Familiares.

A cada edição do Censo, o IBGE revisa os números de acordo com o que é verificado pelos agentes em campo. Foi o caso, por exemplo, da estimativa para 2022, que era de 213,3 milhões, e agora foi alterada para os 210,9 milhões.

Segundo Izabel Marri, gerente de estudos e análises da dinâmica demográfica do IBGE, a diferença de 3,9% se deve a uma possibilidade melhor de estimar a população a partir de registros de nascimentos, óbitos e migração e diminuir os efeitos de erros ou omissões durante o recenseamento.

"Conseguimos obter grande parte da população por esses registros e incorporamos os dados da PPE [Pesquisa de Pós-Enumeração]. Tudo isso faz com que a gente estime melhor a população de 2022."

A PPE avalia a qualidade da coleta censitária, que contém erros inerentes a qualquer levantamento estatístico, segundo o IBGE. O objetivo é melhorar a capacidade de projeções e estimativas demográficas e fornecer dados, principalmente para setores de pesquisa, com mais precisão e transparência.

A pesquisa —feita após o Censo— coleta dados de uma amostra de setores censitários (4.795) visitados antes pelos recenseadores e compara os resultados. Os dados do Censo não são alterados após o levantamento.

O principal indicador divulgado nesta quinta, segundo o instituto, é a taxa de erro líquido de enumeração de pessoas, que chegou, na média do país, a 8,27%. O IBGE afirma que esse valor está dentro do esperado.

Essa taxa é calculada pela diferença entre as omissões e as inclusões indevidas. Um exemplo conhecido do primeiro caso, segundo o IBGE, é quando os entrevistados não mencionam crianças que moram em um determinado domicílio.

Já a inclusão indevida ocorre quando um recenseador, por exemplo, conta duplamente o mesmo domicílio por engano ou lista como moradores pessoas que não vivem ali. A taxa se refere apenas a números da população recenseada.

Além das crianças com 0 a 4 anos de idade, de acordo com os técnicos do IBGE, a taxa também é maior no grupo de 20 a 24 anos por causa da mobilidade de não estar em casa por causa de trabalho, saída de casa para estudar, por exemplo.

A taxa também aumenta conforme o tamanho dos municípios, hipótese do IBGE confirmada com os dados de 2022. As cidades com mais de 1 milhão de habitantes, que representam 20% da população do país, chegam a 13,8%.

Já na divisão entre os estados e o Distrito Federal, o Rio de Janeiro está no topo da lista, com 15,5%, seguido por Rondônia (11,2%), Roraima (10,9%) e São Paulo e Amapá, ambos com 10,8%.

Segundo Juliana Souza de Queiroz, gerente de avaliação de pesquisas do IBGE, alguns fatores ajudam a explicar a liderança fluminense nesse aspecto. "Além da concentração da população na capital, o Rio tem a questão tanto de favelas quanto de condomínios de alto padrão, com dificuldade de acesso [dos recenseadores]."

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