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Descrição de chapéu Silvio Santos

Saiba o que é broncopneumonia, causa da morte de Silvio Santos

Apresentador faleceu na madrugada deste sábado (17) no Hospital Albert Einstein, em São Paulo

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São Paulo

A morte do apresentador Silvio Santos, 93, na manhã deste sábado (17), ocorreu por broncopneumonia. Trata-se de uma inflamação das estruturas internas do pulmão, brônquios e alvéolos.

O apresentador faleceu no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

Apresentador morreu às 4h50 deste sábado (17) em decorrência de uma broncopneumonia após infecção por Influenza (H1N1) - Divulgação/SBT

"Aos 93 anos, no dia de hoje, 17 de agosto de 2024, às 4h50 da madrugada, em decorrência de uma broncopneumonia após a infecção por H1N1", escreveram os médicos da instituição, os geriatras Gabriel Truppel Constantino e Victor José Dornelas Melo, o cirurgião José Curado e o diretor médico do hospital Miguel Cendoroglo Neto.

Segundo o pneumologista Rafael Faraco, médico responsável pela equipe de pneumologia da unidade Anália Franco do Hospital São Luiz da rede D´Or, em São Paulo, a broncopneumonia e a pneumonia são sinônimos para a mesma doença.

"Antigamente, havia uma divisão entre os termos, mas hoje ambos são usados para descrever o mesmo quadro", afirma.

Faraco explica que a broncopneumonia é uma infecção dos alvéolos dos pulmões, que são as áreas responsáveis pela troca gasosa.

É nesses locais em que o oxigênio que respiramos passa para o sangue e o dióxido de carbono é eliminado na expiração.

A inflamação dessas estruturas dificulta a troca gasosa, o que pode levar a complicações graves, como dificuldades respiratórias e até a morte.

A broncopneumonia pode surgir como complicação de infecções anteriores, principalmente por vírus, como ocorreu com o apresentador Silvio Santos, que estava internado por H1N1.

"A infecção viral que vem antes da pneumonia diminui a defesa local dos pulmões. Com isso, as bactérias causadoras de pneumonia chegam e são menos combatidas porque o sistema já está fragilizado", afirma Faraco.

Além da inflamação dos pulmões (pneumonia), a infecção bacteriana pode atingir outras partes do corpo, como os seios da face (sinusite) ou os ouvidos (otite).

Veja perguntas e respostas sobre a broncopneumonia

O que é broncopneumonia?

A broncopneumonia é uma forma de pneumonia que consiste na inflamação dos brônquios e bronquíolos.

Segundo a Rede D’Or, a doença pode ser localizada em apenas alguns pontos do pulmão ou afetar todo o órgão.

O que causa broncopneumonia?

As principais causas incluem infecções bacterianas, principalmente por Streptococcus pneumoniae (pneumococo), Haemophilus influenzae, e bactérias Gram-negativas. É possível também que seja causada por vírus.

No caso do apresentador Silvio Santos, a complicação ocorreu em razão de uma infecção de H1N1, uma cepa do vírus influenza A.

Fungos também podem ser outros agentes infecciosos, principalmente em pessoas com sistema imunológico comprometido.

Quem tem mais risco de ter broncopneumonia?

Idosos, como no caso do apresentador Silvio Santos, são um dos principais grupos de risco para a broncopneumonia devido à redução natural da imunidade com o envelhecimento.

Recém-nascidos também são um grupo de risco, porque o sistema imunológico ainda está em desenvolvimento.

Pessoas com doenças crônicas, como diabetes, insuficiência renal, ou que estejam em tratamentos como quimioterapia, têm um risco aumentado de complicações.

Pacientes com doenças autoimunes, especialmente aqueles em tratamento com medicamentos imunossupressores, também fazem parte do grupo de risco.

Quais são os sintomas?

As manifestações mais comuns da broncopneumonia incluem:

  • febre alta;

  • tosse com catarro;

  • dificuldade para respirar;

  • dor no peito;

  • fadiga;

  • confusão mental (especialmente em idosos).

Em casos mais graves, um quadro em que a pessoa adquire uma coloração azul (cianose) devido à falta de oxigênio pode ocorrer, além de desconforto respiratório grave.

Como prevenir a broncopneumonia?

Para prevenir a broncopneumonia, é recomendado:

  • vacinação contra a gripe e pneumococo;

  • práticas adequadas de higiene, como lavar as mãos com frequência;

  • evitar contato com pessoas infectadas;

  • manter alimentação balanceada;

  • fazer atividades físicas regularmente.

Como funciona o tratamento?

A pneumonia precisa ser tratada rapidamente após o surgimento dos primeiros sinais, como tosse, falta de ar e febre.

O diagnóstico é feito com base em dados clínicos e exames, como radiografias e tomografias, sem esperar pelos resultados específicos, que podem demorar dias.

O tratamento começa prontamente com medicamentos, que aliviam os sintomas, como antitérmicos e analgésicos.

Em casos graves, pode ser necessário hospitalização e administração de antibióticos endovenosos, além de suporte ventilatório ou internação em UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

Em alguns casos, pode ser necessária a fisioterapia respiratória, uma vez que pode ocorrer o acometimento do pulmão e suas estruturas, segundo a Rede D'Or.

Se a pneumonia não melhorar após um ou dois dias, os testes são feitos para identificar o agente causador e ajustar o tratamento de forma mais direcionada.

Existe vacina contra a broncopneumonia?

Sim, existem duas vacinas diferentes e complementares para o Streptococcus pneumoniae, ou pneumococo, um dos agentes causadores de pneumonia. Ambas são oferecidas de forma gratuita pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

A primeira vacina foi desenvolvida para um determinado grupo de streptococcus, e a segunda cobre outros grupos que foram descobertos posteriormente.

"As vacinas oferecem proteção parcial, cobrindo apenas alguns tipos de agentes infecciosos, e não todos, como vírus ou outras bactérias", explica Carlos Carvalho, diretor da divisão de pneumologia do InCor do Hospital das Clínicas da faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo).

Segundo Carvalho, ela são indicadas para pessoas com doenças crônicas pulmonares, indivíduos com infecções recorrentes ou problemas imunológicos que favorecem infecções.

Os efeitos colaterais são leves, geralmente limitados a uma dor no local da aplicação. "A vacina é bem tolerada e não tem grandes contraindicações", afirma Carvalho.

O médico explica que após tomar as duas vacinas, pode ser necessário um reforço, geralmente cerca de cinco anos depois.

"A necessidade de um reforço não é anual e varia conforme a condição de cada paciente", diz.

Quais são as chances de sobrevivência?

A chance de sobrevivência na broncopneumonia depende da gravidade da infecção, da rapidez do início do tratamento e das condições de saúde do paciente.

Com o tratamento adequado, a maioria das pessoas se recupera completamente.

Contudo, casos graves, especialmente em grupos de risco, podem levar a complicações severas e até à morte.

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