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Atores interpretam médicos para vender produtos que prometem resultados milagrosos, diz Cremesp

Há receitas para alívio de sintomas da menopausa e até pó que cura cegueira, denuncia conselho; Ministério Público investiga

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São Paulo

O Ministério Público de São Paulo instaurou um procedimento investigatório criminal sigiloso para apurar a veiculação de anúncios de venda de produtos que prometem resultados milagrosos e suplementos nas redes sociais e na internet, após ofício enviado pelo Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo).

Nos anúncios, atores interpretam médicos e, em alguns casos, usam registros profissionais verdadeiros para vender os produtos. Dentre eles há receitas para alívio de sintomas da menopausa, um "Ozempic natural" para perda de peso e até mesmo um "pozinho que cura cegueira", aponta o ofício, ao qual a Folha teve acesso.

Em documento enviado também à Polícia Civil, o Cremesp pede a abertura de um inquérito policial após ser informada "de possível exercício ilegal da medicina, estelionato, charlatanismo e curandeirismo".

Os atores dos vídeos costumam se apresentar como médicos experientes e, na sequência, fazem a propaganda de produtos com supostas propriedades terapêuticas. Alguns não incluem informes de que se trata de encenação.

"Nós temos isso como um problema sério, grave, porque nós não sabemos o alcance", diz Angelo Vattimo, presidente do Cremesp. "Não faz parte da atuação médica anunciar nenhum produto, médico não vende nada", acrescenta.

Os vídeos chegaram ao conselho por meio de seu canal de denúncias. Em um deles, um homem que se identifica como médico endocrinologista Ricardo Bruno fala sobre uma bactéria que "acumula gordura corporal enquanto você dorme". Ele, então, anuncia o Night Slim, produto "para emagrecer" que diz ser "totalmente aprovado e regulamentado pela Anvisa".

Procurada, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) negou que haja medicamento registrado com o nome Night Slim.

Vídeos em que atores se passam por médicos ganharam espaço na internet - Reprodução/Instagram do Cremesp

Além disso, o número profissional e o nome usados por ele são de um médico ginecologista que atua no Rio de Janeiro.

Procurada, a Meta, que controla a tecnologia do Facebook e do Instagram, diz que atividades que tenham como objetivo enganar, fraudar ou explorar terceiros não são permitidas nas plataformas e recomenda que os usuários denunciem quaisquer conteúdos que acreditem ir contra os padrões e diretrizes das comunidades.

Como evitar cair em golpes do tipo

O Cremesp diz ser proibido que médicos façam propagandas sensacionalistas de medicamentos e suplementos e aconselha que os pacientes usem o Guia Médico, disponível no site do conselho, que permite checar, pelo nome ou CRM, se o profissional é realmente médico e se possui especialidade registrada.

É indicado ainda pesquisar o produto antes da compra e checar o site e a empresa vendedora no Reclame Aqui.

Caso o médico identifique que seus dados estão sendo usados por terceiros, o conselho recomenda que o profissional comunique o Conselho Regional de Medicina e registre um boletim de ocorrência.

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