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EUA e México chegam a acordo preliminar para revisar o Nafta

Trata-se do passo mais importante desde que as negociações entre os países começaram há um ano

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São Paulo e Washington | Reuters

Os Estados Unidos e o México chegaram a um acordo preliminar para revisar o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), que deverá se chamar Acordo Comercial Estados Unidos-México.

Trata-se do passo mais importante em busca de um novo acordo desde que as conversas com México e Canadá, o terceiro membro do bloco, começaram, há um ano.

"É um grande dia para o comércio. É um grande dia para o nosso o país", afirmou o presidente nesta segunda (27), durante coletiva na Casa Branca.

O Canadá, no entanto, não participou das negociações das últimas semanas e, por enquanto, não está incluído no novo acordo. O presidente Donald Trump afirmou que os Estados Unidos podem fazer um acordo separado com os canadenses. As discussões entre os dois países vão começar nesta semana.

O presidente mexicano Enrique Peña Nieto afirmou em sua conta no Twitter que conversou com o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, sobre o estado das negociações e que falou sobre a importância da incorporação do país ao acordo para fecharem uma “negociação trilateral exitosa”.

Ministro da Economia do México, Ildefonso Guajardo, disse que ainda precisa concluir uma questão muito importante - Andrew Caballero Reynolds/AFP

A medida representa uma vitória para o presidente americano, que classifica o Nafta como um dos piores acordos comerciais da história, em meio à guerra comercial que tem patrocinado contra países em todo o mundo. A renegociação do tratado foi uma das suas principais promessas de campanha.

O novo acordo foca nas regras referentes à indústria automobilística, como foi divulgado nesta segunda (27) pelo USTR (Representação de Comércio dos Estados Unidos). Também inclui a atualização de regras sobre produtos industriais, agrícolas, propriedade intelectual e economia digital.

Entre as mudanças, a obrigação por parte das montadoras de fabricar ao menos 75% de um automóvel na América do Norte para ficarem isentas de tarifas --a porcentagem anterior era de 62,5%.

Também precisarão ter de 40 a 45% de um automóvel feito por trabalhadores que ganhem ao menos US$ 16 por hora (cerca de R$ 65), o que representa uma vitória para os sindicatos, críticos ao Nafta nesse ponto.

Gary Hufbauer, especialista do Peterson Institute for International Economics, acredita que o novo acordo vai impactar de forma negativa sobre o México, especialmente sobre suas indústrias automotiva e de aço.

Já Jason Marczak, diretor do Atlantic Council, vê a mudança como positiva para a relação comercial entre Estados Unidos e México. "Os termos são mais relevantes para a economia atual, pode servir de referência para outras negociações", diz.

A revisão do Nafta, que entrou em vigor em 1994, precisa ser aprovada pelo Congresso americano. Por enquanto, continua em vigor.

Nas últimas semanas, Estados Unidos e México mantiveram conversas para resolver as diferenças em torno da renegociação do tratado. Os desacordos na seção sobre energia, a questão do conteúdo regional nos automóveis e uma cláusula de extinção do pacto reclamada pelo governo americano travaram as negociações.

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