Kelly, ex-diretor da Nissan e braço direito de Ghosn, é liberado após pagar fiança

Executivo e Carlos Ghosn foram presos em 19 de novembro

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Reuters

O ex-diretor da Nissan Greg Kelly foi solto após mais de um mês preso por acusações de má conduta financeira, depois que um tribunal de Tóquio rejeitou nesta terça-feira (25) um recurso da promotoria para manter detido o executivo americano.

Kelly e Carlos Ghosn, afastado da presidência do conselho de administração da montadora, foram presos em 19 de novembro, em um caso que abalou a indústria automobilística mundial.

O executivo pagou uma fiança de 70 milhões de ienes (US$ 640 mil ou R$ 2,8 milhões) em dinheiro, segundo a Justiça. Ghosn continua preso.

Greg Kelly, ex-diretor da Nissan, deixa prisão nesta terça - Kim Kyung-Hoon/Reuters

Uma multidão de repórteres se reuniu desde a manhã de terça-feira, antecipando a libertação de Kelly. O executivo deixou o Centro de Detenção de Tóquio com seu advogado, Yoichi Kitamura, de táxi, segundo uma testemunha da agência Reuters.

Kelly disse em um comunicado que ele não falsificou nenhum documento e esperava recuperar sua honra no tribunal. Ele acrescentou que queria voltar para sua família o mais rápido possível, informou a emissora pública japonesa NHK.

Não houve resposta no escritório de Kitamura quando ele foi contatado pela reportagem para comentários.

Ghosn ainda não teve a oportunidade de se defender em público.

Um tribunal japonês decidiu no domingo prorrogar por 10 dias a prisão de Carlos Ghosn, que tem enfrentado novas acusações de ter empurrado para a empresa US$ 16,6 milhões de perdas em investimentos pessoais.

CRONOLOGIA

19.nov.
Presidente do conselho da Nissan, Carlos Ghosn é preso por supostas violações financeiras no Japão; o diretor da Nissan Greg Kelly também é detido, suspeito de envolvimento no caso

21.nov.
Tribunal de Tóquio mantém as prisões de Ghosn e de Kelly por 10 dias

22.nov.
Conselho da Nissan tira Ghosn da presidência do colegiado e Kelly da direção da montadora

25.nov.
Ghosn se pronuncia pela primeira vez desde a detenção e nega as acusações

26.nov.
Conselho de administração da Mitsubishi Motors remove Ghosn da presidência do colegiado

30.nov.
Tribunal de Tóquio aceita estender até 10 de dezembro a detenção de Ghosn

10.dez.
Procuradores de Tóquio indiciam oficialmente Ghosn por subdeclarar sua renda e prorrogaram sua detenção. Nissan também é indiciada por apresentar declarações financeiras falsas

11.dez
Tribunal de Tóquio rejeita recurso apresentadopelosadvogadosde Ghosn para ele ser libertado

12.dez.
Tribunal brasileiro decide que Ghosn deve ter acesso a apartamento no Rio de Janeiro para recuperar pertences

13.dez.
Nissan afirma que Ghosn e seus representantes não têm direito a acessar o apartamento do Rio e que o conteúdo de três cofres existentes no imóvel podem conter evidência contra o executivo. Na mesma data, o conselho administrativo da Renault ratifica Ghosn como presidente da multinacional

14.dez.
Nissan informa que representantes de Ghosn recuperaram documentos do apartamento corporativo no Rio

20.dez.
Tribunal de Tóquio decide não prorrogar a prisão de Carlos Ghosn

21.dez.
Promotoria de Tóquio faz nova acusação e consegue impedirasoltura do empresário. Kelly, porém, deve deixar a cadeia

23.dez.
Justiça japonesa decide prolongar a detenção de Ghosn por mais dez dias

25.dez.
Tribunal solta Greg Kelly sob fiança de R$ 2,8 milhões

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