Aumento da produção local de petróleo é tendência, diz vice-presidente da Shell no Brasil
Energias renováveis geram oportunidades, mas óleo e gás ainda são a maior fatia dos investimentos da companhia
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Após a Shell mudar seus planos e voltar atrás na redução da produção global de óleo e gás iniciada em 2021, agora a empresa avalia até mesmo aumentar a produção de petróleo regionalmente, disse o vice-presidente da Shell no Brasil, Flavio Rodrigues.
"Essa perspectiva de manter ou eventualmente aumentar a produção de petróleo localizada é tendência", disse Rodrigues à Folha durante o 22º Fórum Empresarial Lide, que acontece no Rio de Janeiro.
Segundo o executivo, o Brasil está entre os oitos países mais importantes para as operações da Shell, contribuindo com 400 mil barris por dia de petróleo, enquanto a produção global da companhia é de 1,4 milhão de barris. "A representatividade do Brasil é extremamente importante".
Rodrigues afirmou que a companhia busca oportunidades em energias renováveis, e reconhece que a capacidade de produção de energia eólica e solar no Brasil já é uma realidade. "O país tem um potencial enorme", disse. Mas o executivo frisou que óleo e gás ainda são a maior fatia dos investimentos da Shell.
"Dizer que a coisa vai mudar de um dia para o outro, não é assim. Mas nós vamos transicionando ao longo do tempo", ponderou.
No Brasil, a companhia está com 17 projetos de produção de óleo e gás em andamento, nas bacias de Campos e de Santos, grande parte deles em parceria com a Petrobras. A companhia ainda espera, até 2030, que três novas plataformas entrem na operação local da companhia.
Em energias renováveis, Rodrigues ressaltou a forte participação (44%) da Shell na Raízen, companhia brasileira do setor de açúcar e etanol. A fatia da Shell da Raízen veio após um acordo firmado no fim do ano passado, em que a petroleira britânica se comprometeu a comprar 3,25 bilhões de litros de etanol celulósico de cana de açúcar da companhia brasileira.
Rodrigues diz que, nesse acordo, ambas as companhias conseguirão ampliar em 50% a produtividade de etanol utilizando uma mesma área plantada, já que utilizará resíduos, como o bagaço da cana de açúcar, e por isso também reduzirá em 30% a emissão de gás carbônico.
FOZ DO AMAZONAS
Rodrigues também defendeu a exploração da bacia do Foz do Amazonas, que foi barrada pelo Ibama. Segundo o executivo, hoje há padrões suficientes de segurança para explorar o petróleo na região, conseguindo extrair com segurança o produto para colocá-lo no mercado.
Segundo Rodrigues, a Petrobras tem todas as condições para explorar a região. O executivo enxerga a exploração da bacia como uma janela de oportunidade para gerar valor para o futuro, já que a região "tem um potencial grande" de ampliar a produção de petróleo no país para suprir a demanda global.
"Esse é um debate muito importante que não foi feito como a gente imaginava. Eu espero que em algum momento a gente esteja maduro para tomar essa decisão", declarou durante painel do evento.
Rodrigues disse que faltou mais clareza técnica sobre a decisão. O executivo brincou que "infelizmente" o nome que deram para a bacia é "Foz do Amazonas", o que acabou sensibilizando o governo para a discussão, mas afirmou que a bacia pega o litoral do Amapá, e não o estado do Amazonas.
Segundo o executivo, a exploração da bacia tem potencial inclusive de trazer retornos locais. "Aquele litoral todo pode modificar totalmente o contorno político, social e econômico da região", disse.
A repórter viajou a convite do Fórum Empresarial Lide
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters