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Brasil não enviou US$ 600 milhões para agronegócio da Argentina

Post distorce termos de um acordo ainda em discussão entre os dois países

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São Paulo

É enganoso que o governo Lula (PT) tenha enviado US$ 600 milhões para o agronegócio da Argentina e que parte do valor seria destinado à compra de leite de produtores argentinos. O deputado que faz a alegação distorce os termos de um acordo que ainda está sendo discutido pelos países. O acordo busca viabilizar exportações brasileiras ao país vizinho. A negociação trataria da venda de alimentos e peças de carro para a Argentina, e não da compra de leite pelo Brasil.

Como verificado pelo Projeto Comprova, o governo brasileiro anunciou, em 28 de agosto, que os dois países chegaram a um acordo para financiar US$ 600 milhões de exportações do Brasil à Argentina, após reunião entre o presidente Lula, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o ministro da Economia argentino, Sergio Massa, que reforçou o anúncio.

A previsão, naquele momento, era de que o Banco do Brasil pagaria cada exportador brasileiro e teria o CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe) como garantidor do financiamento à Argentina. À reportagem, o Ministério da Fazenda comunicou, porém, que o acordo ainda não está fechado, pois resta ser apresentada uma proposta detalhada sobre as garantias do financiamento por parte da Argentina e do CAF.

O ministro da Economia argentino, Sergio Massa - Luis Robayo - 14.ago.2023/AFP

Já a alegação do parlamentar de que o agronegócio estaria em recessão não encontra sustentação ao ser confrontada com os dados mais recentes do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro.

Economistas classificam como recessão técnica a ocorrência de dois trimestres seguidos de queda do PIB, calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e dividido entre os setores de agropecuária, serviços e indústria. O PIB agropecuário teve queda de 0,9% no segundo trimestre deste ano, mas vinha de uma alta de 21% no trimestre anterior. A retração mais recente, conforme análise do IBGE, se deve, principalmente, à base elevada de comparação do primeiro trimestre de 2023.

Enganoso, para o Comprova, é o conteúdo retirado do contexto original e usado em outro de modo que seu significado sofra alterações; que usa dados imprecisos ou que induz a uma interpretação diferente da intenção de seu autor; conteúdo que confunde, com ou sem a intenção deliberada de causar dano.

Por que investigamos

O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas e eleições no âmbito federal e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984. Sugestões e dúvidas relacionadas a conteúdos duvidosos também podem ser enviadas para a Folha pelo WhatsApp 11 99486-0293.

Leia a verificação completa no site do Comprova.

A investigação desse conteúdo foi feita por NSC e Metrópoles e publicada em 10 de outubro pelo Comprova, coalizão que reúne 41 veículos na checagem de conteúdos virais. Foi verificada por Folha, Nexo, A Gazeta, Correio do Estado e Estadão.

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