Argentina vai emitir notas de 10 mil e 20 mil pesos após inflação fechar em 211%
Nota de maior valor disponível atualmente é a de 2.000 pesos
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O banco central da Argentina colocará em circulação notas de 10 mil e 20 mil pesos ainda neste ano, anunciou a autoridade monetária local em um comunicado nesta quinta-feira (11), após a taxa de inflação anual do país ultrapassar 211% em dezembro.
O banco central acrescentou uma nota de 2.000 pesos no ano passado, nota atualmente de maior valor disponível.
Nesta quinta, o dólar oficial no país era cotado a 835 pesos, enquanto o dólar informal, paralelo ou "blue" atingia 1.120 pesos.
As novas cédulas valeriam, respectivamente, US$ 12,26 e US$ 24,53, no caso da cotação oficial, ou US$ 8,92 e US$ 17,85, na paralela.
As cédulas ainda maiores entrarão em circulação em um momento em que o novo presidente ultraliberal, Javier Milei, busca evitar a hiperinflação com rígidas medidas de austeridade, na esteira de dados divulgados mais cedo mostrando que a taxa de alta dos preços ao consumidor atingiu seu nível mais elevado desde o início da década de 1990.
O índice divulgado nesta quinta coloca a Argentina à frente da Venezuela, há muito tempo o ponto fora da curva da inflação na América Latina, onde a inflação caiu para cerca de 193% em 2023, após anos de aumentos de preços descontrolados.
Após uma desvalorização de mais de 50% na taxa de câmbio oficial decidida por Milei em 13 de dezembro, dois dias após sua posse, os setores com as maiores altas no mês passado foram bens e serviços (32,7%), saúde (32,6%), transporte (31,7%) e equipamentos e manutenção do lar (30,7%), detalhou o Indec (Instituto Nacional de Estatística e Censos).
No entanto, "a divisão com maior incidência em todas as regiões foi alimentos e bebidas não alcoólicas (29,7%)", destacou o instituto, enfatizando também os preços das carnes, pães e cereais.
Para combater a escalada de preços e, principalmente, o déficit nas finanças públicas, Milei implementou medidas de austeridade que incluem a redução de subsídios para tarifas de energia e transporte, assim como a paralisação de obras de infraestrutura financiadas pelo Estado que ainda não começaram.
Além disso, decidiu por uma desvalorização da moeda de mais de 50%, dentro de um regime de controle em vigor na Argentina há anos, que contempla uma dezena de taxas de câmbio diferentes.
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