O ex-presidente Donald Trump usou seu discurso de quinta-feira (18) na Convenção Nacional Republicana para criticar as políticas voltadas aos veículos elétricos do presidente Joe Biden, prometendo agir contra elas em seu primeiro dia de governo caso seja eleito.

"Eu vou acabar com a obrigatoriedade de veículos elétricos no primeiro dia", disse Trump em seu discurso em Milwaukee. A medida teria como objetivo "salvar a indústria automobilística dos EUA da completa obliteração, que está acontecendo agora, e fazer os consumidores dos EUA pouparem milhares e milhares de dólares por carro", disse.

Embora o governo Biden não tenha definido uma obrigatoriedade de veículos elétricos, críticos dos novos limites de poluição do ar emitidos pela agência de proteção ambiental dos EUA (EPA, em inglês) em março disseram que eles forçariam ilegalmente as montadoras a vender carros elétricos.

Mas Trump repetidamente prometeu revogar o que ele chama de "obrigatoriedade de veículos elétricos" de Biden, referindo-se à regulamentação da EPA que limita a poluição de forma tão rigorosa que compeliria os fabricantes de automóveis a vender muito mais modelos elétricos e híbridos ao longo do tempo.

Embora as montadoras possam escolher como cumprir os limites de poluição, espera-se que elas os atendam vendendo mais híbridos de baixa emissão e veículos elétricos de zero emissão.

Em um cenário projetado pela EPA, cerca de 56% das vendas de carros e caminhonetes novos em 2032 seriam elétricos e mais 16% seriam híbridos.

As observações de Trump sobre veículos elétricos vieram momentos antes de ele criticar o que disse ser trilhões de dólares de gastos desperdiçados "relacionados ao novo golpe verde".

Ele disse que, em vez disso, direcionaria o dinheiro para projetos como estradas, pontes e barragens, embora não tenha detalhado como cumpriria a promessa.

Trump não escondeu seu desprezo por veículos elétricos, afirmando que eles não funcionam e beneficiarão a China e o México, prejudicando metalúrgicos americanos.

Biden, por outro lado, tornou a transição para carros movidos a bateria uma de suas principais políticas climáticas e industriais e estabeleceu a meta de que 50% de todas as novas vendas de veículos sejam elétricas até 2030.