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Descrição de chapéu Bloomberg

Gerente do BNP é acusado de reduzir bônus de mulheres para aumentar os de homens

OUTRO LADO: banco diz que investigou suspeitas e não encontrou irregularidades

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Katharine Gemmell Jonathan Browning
Bloomberg

Um gerente do BNP Paribas SA enfrenta acusações de ter mandado sua equipe cortar bônus de funcionárias para aumentar o pagamento de colegas homens em Londres. As novas denúncias são de uma corretora que já ganhou anteriormente um caso histórico contra o banco francês.

Stacey Macken, gerente de produto de corretagem, ganhou uma ação inédita de igualdade salarial de 2 milhões de libras (R$ 15,5 mi) em 2019, após provar que recebia significativamente menos que seus colegas homens e era alvo de comportamento sexista —como uma situação em que encontrou um chapéu de bruxa em sua mesa.

Escritório do banco BNP Paribas na França - Reuters

Agora, Macken está processando o banco pela segunda vez. A ação alega que funcionárias não identificadas viram provas de um novo caso de discriminação no escritório do banco em Londres.

Ela denuncia que Frederic Zorzi, agora chefe global de mercados primários do BNP, pediu aos gerentes, em 2019, que cortassem 60% dos bônus das mulheres para distribuí-los igualmente entre os chefes homens. As informações constam em documentos apresentados em um tribunal trabalhista da semana passada.

O BNP afirma que investigou as alegações assim que elas foram levantadas pela primeira vez. "Nenhuma irregularidade foi encontrada e, portanto, nenhum processo disciplinar foi instaurado", disse o banco em comunicado.

Zorzi não respondeu aos pedidos individuais de comentário enviados a ele via banco.

Macken vem sendo um incômodo para o banco francês. Ela se tornou a primeira pessoa a forçar uma grande instituição financeira a passar por uma auditoria de igualdade salarial, que foi publicada no ano passado.

A nova denúncia da gerente cita duas funcionárias não identificadas como fontes das informações. Ela, no entanto, não testemunhou o episódio descrito na atual ação judicial.

"Esta não é uma pessoa que saiu para comemorar porque ganhou. Ela teve que continuar lutando", disse o advogado de Macken no tribunal.

Macken afirma que a atual denúncia, apesar de reconhecida pelo BNP, foi prolongada desnecessariamente nos últimos anos com "investigações falsas" por parte do banco.

Uma das denunciantes, ex-funcionária do BNP, disse em sua declaração de testemunha que viu e-mails do início de 2019 em que Zorzi deu as instruções discriminatórias aos chefes homens. Ela afirmou que outra mulher chegou a confrontar o chefe que, por sua vez, apenas aumentou a avaliação de desempenho da funcionária.

A ex-funcionária afirma que fez uma queixa interna e informou os reguladores do banco. O BNP alega que esses e-mails nunca foram encontrados.

"Investigamos todas essas alegações quando foram levantadas originalmente, em um processo que foi revisado recentemente e passou por uma investigação independente", disse o banco.

Na última quinta-feira (12), os advogados do BNP pediram ao tribunal que rejeitasse todas as acusações de discriminação de Macken. O banco afirma que algumas das denúncias estão fora do prazo. Outras alegações, incluindo a falha em conduzir o procedimento de queixa internamente, serão ouvidas em uma audiência posterior.

Como parte da reivindicação do processo anterior de Macken, ela tem direito a um salário futuro de 177 mil libras (R$ 1,2 mi) por ano até sua aposentadoria, devido ao afastamento do trabalho por problemas de saúde. Agora, ela também está lutando para aumentar seu salário de acordo com a inflação, argumentando que o limite de 5% é discriminatório.

Os advogados de Macken estimaram que sua nova reivindicação poderia lhe conceder direito a um pagamento líquido total de 3,8 milhões de libras (R$ 27,6 mi), composto por salário perdido, férias e pensão, além de danos morais e agravados.

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