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Cuba confirma 110 mortes em queda de avião; caixa-preta é encontrada

Boeing 737 com 39 anos de uso havia sido proibido na Guiana no ano passado por excesso de carga

Parentes de passageiros do avião que caiu em Havana choram enquanto esperam notícias no necrotério da capital cubana neste sábado (19) - Ramon Espinosa /Associated Press

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Havana | Associated Press, Reuters e AFP

As autoridades de Cuba recuperaram neste sábado (19) uma das caixas-pretas do Boeing 737-200 que caiu logo após a decolagem de Havana na sexta (18). O acidente deixou 110 mortos e três pessoas gravemente feridas.

O ministro dos Transportes, Adel Yzquierdo, disse que os mortos eram 104 passageiros —97 cubanos, dois turistas argentinos, um turista mexicano e dois saarauís residentes— e os seis tripulantes, todos mexicanos.

Sobreviveram três mulheres: as cubanas Mailen Díaz Almaguer, de 19 anos; Grettel Landrovell Font, de 23 anos; e Emiley Sanchez de la O, de 39. Apenas uma delas está consciente e todas ainda correm risco de morte.

Segundo o diretor médico do hospital Calixto García, Carlos Martínez, as três foram submetidas a várias cirurgias, apresentam traumatismo craniano e múltiplas fraturas. O líder cubano, Miguel Díaz-Canel, esteve na unidade.

Os parentes das vítimas receberam atendimento do regime em Havana e Holguín. Até este sábado 15 corpos foram identificados. Do lado de fora do necrotério na capital familiares de passageiros choravam e se confortavam.

“Foi uma morte muito inesperada, ela não merecia isso. Minha avó era uma pessoa muito forte”, afirmou Katherine Martínez, 18, neta de uma mulher de 60 anos morta no acidente, enquanto chorava abraçada a seu pai.

As causas da queda ainda são desconhecidas e uma equipe do Ministério dos Transportes investiga o caso. Técnicos americanos da Boeing e membros da Direção Geral de Aeronáutica Civil do México colaborarão no inquérito.

A aeronave pertencia à empresa mexicana Aerolíneas Damojh e havia sido alugado pela estatal Cubana de Aviación há um mês com a tripulação completa. Fabricado em 1979, o Boeing passou pela última revisão em novembro.

Meses antes, o Boeing foi proibido de voar para a Guiana depois de o país descobrir que a tripulação colocava mais carga que o permitido em uma viagem da capital, Georgetown, para Havana por uma companhia de Honduras.

Em entrevista, o ministro Adel Yzquierdo disse que é comum o aluguel de aeronaves em Cuba e culpou o embargo americano pela dificuldade do país de renovar sua frota. Ele atribuiu a responsabilidade da manutenção à Damojh.

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