'Nunca vou concordar em dividir nosso país', diz Theresa May
Imprensa britânica diz que primeira-ministra foi humilhada em cúpula europeia
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Em uma tentativa de mostrar resiliência depois de uma malsucedida cúpula com a União Europeia (UE) sobre a relação com o bloco pós-‘brexit’, a primeira-ministra britânica, Theresa May, disse nesta sexta (21) que não aceitará nenhum cenário que divida o Reino Unido em dois ou que afronte o referendo em que a maioria optou pela separação em relação à UE.
Qualquer proposta nesse sentido, afirmou ela, seria um acordo ruim, uma hipótese pior do que não haver acerto algum (o “no deal”), na avaliação da chefe de governo –que a imprensa inglesa julgou ter sido humilhada no encontro de líderes em Salzburgo (Áustria).
Ela se referia à sugestão europeia de manter a Irlanda da Norte (parte do Reino Unido) sob a jurisdição comercial do bloco, ao menos provisoriamente, para evitar a realização de controles de mercadorias na fronteira com a República da Irlanda (que integra a UE), no sul da ilha.
A questão é delicada porque décadas de conflito armado no Norte entre unionistas (que desejam ficar no Reino Unido) e nacionalistas (que preconizam a junção com a república ao sul) só foram encerradas há 20 anos, em 1998. As duas Irlandas hoje compartilham legislações e instituições em várias áreas.
May afirmou que o primeiro de dois caminhos apresentados pela EU para a parceria econômica depois do “divórcio” (em 29 de março de 2019) passa pela obediência a todas as regras europeias e pela proibição de fechar acordos comerciais com outros países (o que, para ela, seria “fazer troça do resultado do referendo, o maior exercício democrático da história do Reino Unido”).
A segunda via envolveria um acordo simples de livre-comércio com a Grã-Bretanha (Inglaterra, Escócia e País de Gales), enquanto a Irlanda do Norte permaneceria na união alfandegária do continente (“o que é ainda pior; o Parlamento já rejeitou essa ideia”).
A primeira-ministra disse que o Reino Unido agora trabalha num plano alternativo ao proposto à UE, que previa uma união aduaneira para produtos agrícolas e bens manufaturados, mas não para serviços, o que levou líderes europeus a sugerir que ela estava fazendo um recorte a seu bel-prazer.
“Nenhum lado deveria pedir do outro o inaceitável. Tratei sempre a União Europeia com respeito, e assim espero ser tratada. Não se pode simplesmente rejeitar propostas sem oferecer uma explicação decente para isso e apresentar uma contraproposta”, observou.
Com informações da Reuters
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