Hunter Biden, filho de Joe Biden —ex-vice-presidente durante a era Obama e possível adversário democrata de Donald Trump nas eleições de 2020— pretende deixar seu cargo na diretoria de uma empresa chinesa até o final do mês.

O advogado de Hunter, George Mesires, disse em comunicado neste domingo (13) que ele se demitirá da companhia BHR, um fundo de investimentos em ações.

Além disso, o comunicado afirma que, caso Joe Biden seja eleito presidente, seu filho não vai trabalhar em conselhos ou exercer funções para empresas estrangeiras.

A atuação de Hunter em companhias fora dos EUA tem sido um foco político de Donald Trump, que este mês instou publicamente a China para que investigue o papel dos Biden no país. Trump estaria buscando possíveis irregularidades que poderiam lhe beneficiar na corrida presidencial do ano que vem.

O advogado de Donald Trump, Rudolph Giuliani, disse ter provas de que Hunter foi beneficiado com US$ 1,5 bilhão (cerca de R$ 6,12 bilhões) da BHR, acusação negada pelo advogado de Hunter.

Até o momento, não há qualquer evidência contra Hunter na China, nem investigação oficial sobre o caso.

Além da China, Hunter, 49, fez parte da diretoria da maior empresa privada de gás da Ucrânia entre 2014 e 2019, a Burisma Holdings. Ele ganhava cerca de US$ 50 mil (cerca de R$ 208 mil) por mês, em um pagamento que não era depositado diretamente na sua conta corrente, mas sim roteado via uma empresa de um parceiro comercial seu.

Nesta época, seu pai, que era vice-presidente, pressionou a Ucrânia a demitir um promotor cujo escritório supervisionava investigações a respeito do proprietário da Burisma. Seu fundador, o magnata Mikola Zlochevski, era investigado pelo procurador Viktor Shokin por supostos abuso de poder e desvio de dinheiro público.

Hunter é o pivô de um escândalo que pode levar ao impeachment de Donald Trump. O republicano está sendo investigado por ter pressionado o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, a investigar o filho de Biden.

A ideia do republicano seria encontrar informações comprometedoras, que pudessem sujar a imagem de seu adversário político.