Siga a folha

Descrição de chapéu guerra israel-hamas

Exército de Israel tenta justificar palestinos seminus em situação vexatória

Despir suspeitos de serem ameaça é hábito para descartar que carreguem explosivos, dizem Forças Armadas

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Jerusalém | AFP

O Exército israelense desconsiderou neste domingo (10) a indignação causada pelas imagens de dezenas de palestinos detidos em roupas íntimas por suas tropas em Gaza, e afirmou que a prática se justifica por motivos de segurança.

Segundo as forças de Israel, despir as pessoas suspeitas de serem uma ameaça é um hábito frequente, para descartar que elas estejam carregando explosivos.

Palestinos detidos fazem fila, seminus, em rua de Beit Lahia, na Faixa de Gaza, sob supervisão de soldados de Israel - Reuters

O grupo terrorista palestino Hamas reiterou neste domingo que os homens nas imagens não fazem parte de seu braço armado, e afirmou que essas alegações são "mentiras infundadas".

"A ocupação sionista publicou imagens e cenas de civis desarmados em Gaza, depois que já haviam sido detidos, e colocaram armas ao lado deles", afirmou Izzat al Rishq, membro do comitê político do Hamas. Segundo a facção terrorista, os presos foram capturados em uma escola que vinha sendo usada como abrigo.

As imagens de dezenas de homens ajoelhados em roupa íntima, sob custódia dos soldados, foram veiculadas na quinta-feira (7) pela televisão israelense e viralizaram nas redes sociais, onde muitos usuários denunciaram que se tratava de um atentado contra a dignidade dos detidos.

Israel alega que as pessoas sem envolvimento com atividades terroristas são liberadas, e ressalta que os detidos são tratados de acordo com as regras do direito internacional.

Porta-voz do governo de Tel Aviv, Eylon Levy afirmou a jornalistas que os indivíduos que aparecem nela são moradores de áreas no norte da Faixa de Gaza, segundo ele lar dos principais redutos e centros de comando do Hamas.

"Estamos falando de homens com idade para servir descobertos em áreas que os civis deveriam ter deixado semanas atrás", disse ele. O cenário do vídeo é a cidade de Beit Lahia, área no nordeste da faixa cercada por tanques israelenses há semanas.

Levy afirmou ainda que os indivíduos detidos seriam a partir dali interrogados, e ressaltou que as forças israelenses têm se envolvido em batalhas corpo a corpo com combatentes do Hamas que "se disfarçam deliberadamente de civis".

Uma das principais linhas de argumentação de Israel para justificar sua incursão a Gaza é que o grupo terrorista usa a população palestina como escudo humano, armazenando equipamentos militares debaixo de prédios onde vivem civis e em bairros residenciais.

Mas palestinos disseram à agência de notícias Reuters ter reconhecido nas imagens pessoas que, segundo eles, não têm laços com o Hamas ou outras facções extremistas islâmicas.

Hani Almadhoun, um palestino-americano que vive no estado de Virgínia, nos Estados Unidos, contou ter identificado diversos familiares no vídeo, incluindo seu sobrinho de 12 anos. Mais tarde, ele afirmou à emissora americana NBC que conseguiu entrar em contato com os parentes, que narraram ter sido soltos depois de serem interrogados e fotografados.

Enquanto isso, o portal árabe Al Araby Al Jadeed, sediado em Londres, afirmou que um dos homens detidos é Diaa Kahlout, correspondente do veículo, e urgiu a comunidade internacional a denunciar a captura de profissionais de imprensa. O Comitê de Proteção de Jornalistas pediu a libertação de Kahlout.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas