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Ataque com homem-bomba em praia da Somália deixa ao menos 37 mortos

Agência estatal de notícias atribuiu explosão ao Al-Shabaab, grupo islamita ligado à Al-Qaeda que ainda não reivindicou autoria

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Mogadício (Somália) | Reuters

Uma explosão em uma praia popular da capital da Somália, Mogadício, na noite desta sexta-feira (2), deixou pelo menos 37 civis mortos e 212 feridos, muitos em estado grave, disse a polícia. O ataque foi atribuído ao Al Shabaab, grupo islamita ligado à Al Qaeda que ainda não se pronunciou.

Trata-se do atentado mais mortal nesse país do Chifre da África desde que carros-bomba explodiram perto do Ministério da Educação e de um restaurante da capital em outubro de 2022, matando pelo menos 100 pessoas e ferindo outras 300.

Familiares carregam o corpo de uma mulher morta durante um atentado em Mogadício, na Somália - AFP

Segundo a polícia, um homem-bomba detonou a carga explosiva que transportava e, em seguida, vários criminosos abriram fogo contra as pessoas que estavam na praia do Lido, muito popular entre empresários e funcionários do governo.

Há divergências no número de combatentes mortos.

Em uma entrevista coletiva em um restaurante da praia, o porta-voz da polícia, Abdifatah Aden, afirmou que, além do agressor que se explodiu, outros três foram mortos pelas forças de segurança e um foi capturado vivo. À agência de notícias AFP, porém, o policial Mohamed Omar afirmou que as forças de segurança mataram cinco agressores. Um soldado também teria sido morto.

"Atacar e lançar bombas para matar 32 civis demonstra que estes kharijitas não atacam apenas centros governamentais, soldados e funcionários públicos", disse Aden, utilizando o termo que o governo somali emprega para designar o Al Shabab.

Anteriormente, a agência de notícias estatal do país, a Sonna, também havia atribuído o ataque ao Al Shabaab. O grupo, no entanto, não reivindicou a autoria das explosões imediatamente.

Hassan Farah, um sobrevivente, descreveu o momento do atentado.

"Eu estava no restaurante tomando café e conversando com amigos quando vi um homem grande correndo. Em um segundo houve algo como um relâmpago e uma explosão enorme", disse ele à Reuters. "Ficamos cobertos de fumaça. Dentro e fora do restaurante, muitas pessoas estavam deitadas no chão enquanto outras sangravam e choravam."

Ahmed Yare, que também testemunhou o ataque, disse que tudo começou em um hotel. "Vi pessoas feridas perto da praia, elas gritavam de pânico e era difícil saber quem estava morto ou não", declarou à AFP.

Outras testemunhas confirmaram que várias pessoas estavam na praia no momento do ataque.

"Todo mundo entrou em pânico e era difícil entender o que estava acontecendo, porque o tiroteio começou pouco depois da explosão", disse Abdilatif Ali. Ele contou que alguns se jogaram no chão em busca de proteção, enquanto outros tentavam correr. "Vi muitas pessoas no chão, antes de conseguir fugir".

O bairro, que abriga vários hotéis e restaurantes, já foi alvo de outros atentados.

Perto da região, em meados de julho, nove pessoas morreram e 20 ficaram feridas quando um carro-bomba explodiu diante de um café lotado durante a exibição da final da Eurocopa.

O Al Shabaab, que executa atentados há mais de 17 anos contra o governo da Somália, foi expulso da capital pelas forças da União Africana em 2011, embora continue muito ativo nas zonas rurais. Em 2022, mesmo ano em que o atual presidente do país, Hassan Sheikh Mohamud, retornou ao poder, as contraofensivas foram retomadas e o grupo foi repelido, mas seus combatentes continuam capazes de lançar ataques significativos contra alvos governamentais, comerciais e militares.

Mohamud prometeu uma guerra "total" contra os jihadistas. O Exército uniu suas forças com as milícias dos clãs locais como parte de uma campanha militar apoiada pela União Africana e por ataques aéreos dos Estados Unidos. A ofensiva, no entanto, sofreu vários reveses e o Al Shabab anunciou no início do ano que tomou o controle de várias localidades no centro do país.

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