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Confrontado com acusações contra Lupi, Ciro diz ter 'confiança cega' em aliado

Candidato disse que presidente do PDT terá a 'posição que quiser' em seu governo, se for eleito

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Isabel Fleck
São Paulo

Confrontado com acusações contra Carlos Lupi, presidente do seu partido, o PDT, o candidato Ciro Gomes disse nesta segunda (27), em entrevista ao Jornal Nacional, ter total confiança de que o aliado "é um homem de bem". 

"Lupi tem a minha confiança cega, absolutamente cega", disse Ciro, após divergir do âncora e editor do Jornal Nacional, William Bonner, insistindo que o presidente do PDT não é réu. "Réu com certeza ele não é (...) e eu me comprometo a adicionar qualquer esclarecimento [sobre isso] no meu site." 

Lupi, contudo, é réu numa ação sobre improbidade administrativa. Ele é acusado de ter, quando era ministro do Trabalho, voado em um avião fretado por uma organização que mantinha convênio com o ministério. 

Ciro reafirmou ainda que, se for eleito, Lupi terá em seu governo "a posição que quiser". "Eu tenho convicção de que ele é um homem de bem", afirmou. Em nota, Lupi disse que enquanto ministro do Trabalho e para cumprir agenda oficial, não usou o avião da FAB [Força Aérea Brasileira], "o que certamente geraria custos enormes para o erário".

O candidato do PDT também foi confrontado com declarações que deu anteriormente sobre a Operação Lava Jato. Em uma delas, ele havia afirmado que, se eleito, "colocará o Ministério Público e a Justiça de volta na caixinha". Em outra, que receberia a turma do juiz Sergio Moro "na bala" se viessem prendê-lo.

"Na medida em que o Ministério Público extrapola as suas atribuições, ele perde a grande nobreza da sua tarefa que é vigiar o interesse público", disse, afirmando que "neste momento há muitos abusos" e que juízes e membros do Ministério Público "estão exercendo a política" já que os dois poderes políticos estão desmoralizados. 

"Você não tem ideia do que têm sofrido os prefeitos municipais, não tem ideia da destruição de reputações que se faz", declarou.

Ciro disse apoiar a Lava Jato porque ela "é uma virada de página na crônica de impunidade" no país. No entanto, ele fez ressalvas à operação, dizendo que ela "só prestará bom serviço ao Brasil se ela for vista pela maioria ou pelo conjunto da sociedade como uma coisa equilibrada". "E o lado do PSDB não tem nenhuma cadeia", afirmou.

Questionado sobre suas declarações de que, quando era ministro, alertou o então presidente Lula sobre o caso de corrupção envolvendo a Transpetro, Ciro disse que "quem faz denúncia ao Ministério Público assume o ônus da prova".

"Vocês imaginam mesmo que um ministro, tomando notícia de uma coisa, tendo mais ou menos evidência, sem as definitivas provas, é a ele que cabe representar ao Ministério Público, ou ele deve reportar ao seu chefe?", respondeu. Ele disse ainda não ver Lula nem como Satanás nem como anjo. 

A entrevista de pouco mais de 25 minutos no Jornal Nacional é tida como uma oportunidade importante para candidatos que, como Ciro, terão pouco tempo de exposição na TV. 

O candidato do PDT terá apenas 38 segundos no programa eleitoral, contra 5min32s de Geraldo Alckmin (PSDB), por exemplo. Ciro, contudo, ainda tem mais do que Marina Silva (Rede), com 21s, e Jair Bolsonaro (PSL), 8s. 

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