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Eleições 2022 Datafolha

Entrevista morna ao JN acaba em empate razoável para Bolsonaro

Presidente mentiu como sempre e não conseguiu furar nicho, mas escapou de desastre

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São Paulo

Jair Bolsonaro (PL) sobreviveu sem grandes arranhões à morna entrevista que concedeu ao Jornal Nacional, abrindo o antecipado ciclo de conversas dos principais candidatos à Presidência ao principal telejornal da TV aberta brasileira.

Há uma regra não escrita para eventos jornalísticos do gênero: se o candidato não cometer nenhum erro grosseiro, o empate está dado, e 0 a 0 no campo adversário sempre pode ser lido como um bom resultado. Foi isso que aconteceu nesta noite de segunda (22).

Bolsonaro antes da entrevista com William Bonner e Renata Vasconcelos ao Jornal Nacional - Marcos Serra Lima/G1

Poderia ter dado bem errado para o presidente. Assim que o tom professoral de William Bonner foi substituído pela assertividade de Renata Vasconcellos, Bolsonaro ameaçou sair do prumo. Pior, contra uma mulher, o que só estragaria ainda mais sua por ora estancada tentativa de melhorar as intenções de voto nesse eleitorado.

Bolsonaro ameaçou, mas não repetiu o estratagema da entrevista que concedeu em 2018. Ali, muito mais nervoso, foi para cima dos jornalistas e lembrou o apoio do patrono da casa, Roberto Marinho, à ditadura de 1964.

Desta vez, a sua famosa cola escrita com caneta na mão foi exibida várias vezes: ela citava Dario Messer, o "doleiro dos doleiros" que disse sem provas fazer serviços para a família dona da Globo.

Houve momentos aborrecidos, como o quase incompreensível debate acerca de questões ambientais. Caberia mais clareza de lado a lado, mas aí a vantagem é de quem enrola.

Questões econômicas foram tratadas com uma ligeireza desproporcional à sua importância —a pandemia, muito mais explorada, está hoje no retrovisor político do país, ao contrário da carestia.

No mais, Bolsonaro foi Bolsonaro, evitando ajoelhar no altar da democracia ao renovar os ataques às urnas eletrônicas que embasa sua campanha golpista, voltando a falar barbaridades sanitárias acerca do manejo da pandemia, praguejando contra um lockdown inexistente e defendendo os médicos da cloroquina.

Deu algumas boas respostas treinadas, como sobre a necessidade de ter o centrão a seu lado, ainda que isso custe toda sua persona antipolítica vendida a quem a comprou em 2018. Seu adversário principal, o líder Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não faria nada diferente.

Para quem não vota nele, nenhuma novidade em termos de repulsa. Para quem vota, o reforço positivo de suas convicções. O problema para o presidente é que ele está em segundo lugar na corrida das eleições de outubro.

Se sua equipe esbanjava otimismo em furar a bolha bolsonarista para falar aos outros eleitores, terá sido bastante frustrada. Pontos vendáveis para o horário eleitoral, como a implantação do Pix, acabaram virando nota de rodapé, como o embate em si da noite parece tender a ser na campanha.

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