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Moro e PSDB anunciam apoio a Marinho no Senado; governo mobiliza base por Pacheco

Três senadores do PSD, partido de Pacheco, declaram voto em ex-ministro de Bolsonaro

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Brasília

Às vésperas das eleições para a presidência do Senado, o bolsonarista Rogério Marinho (PL-RN) conseguiu o apoio público do ex-ministro Sergio Moro (União Brasil), e de integrantes do PSDB e do PSD, sigla do presidente atual, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

O candidato à reeleição, por outro lado, recebeu o apoio de ministros do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e deve contar com a campanha de ao menos seis integrantes da Esplanada dos Ministérios na sessão desta quarta (1º).

O ex-ministro e senador eleito Rogério Marinho ao anunciar sua candidatura à presidência do Senado, em dezembro - Pedro França/Agência Senado

No PSD, o voto de senadores em Marinho já estava no radar de Pacheco. O anúncio foi feito nesta terça-feira (31) por 3 dos 15: Nelsinho Trad (PSD-MS), Samuel Araújo (PSD-RO) e Lucas Barreto (PSD-AP) —rival político de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

"Temos um candidato do partido, não temos nada contra ele. [É uma] pessoa educada, equilibrada, mas que teve seu momento. Agora é hora da renovação para o bem da política do nosso país", afirmou Trad à imprensa, ao lado de Marinho e de ex-ministros do governo de Jair Bolsonaro (PL).

Minutos antes do apoio, no entanto, Araújo participou de um almoço na casa do senador Weverton Rocha (PDT-MA) em apoio a Pacheco. Segundo relatos, Araújo afirmou que votará no colega de partido —mesmo tendo anunciado publicamente que fará o contrário.

"Temos convicção de que temos número necessário para ganhar", afirmou Marinho. "O governo tem agido de forma incisiva. É a regra do jogo", completou, dizendo que o governo tem se movimentado porque está preocupado em não conseguir manter um aliado na presidência da Casa.

Senadores que apoiam Pacheco afirmam, no entanto, que o voto é secreto, e que será possível vencer em primeiro turno. Para ganhar a disputa, o candidato precisa de 41 dos 81 votos em primeiro ou segundo turno.

Aliados do presidente dizem que ele tem ao menos 46 votos, mas pode repetir o resultado de 2021, quando recebeu 57.

Salão Azul, no Senado, recebe preparativos para posse dos parlamentares e eleição do presidente da Casa - Pedro Ladeira/Folhapress

Nesta terça, os ministros da Justiça, Flávio Dino (PSB-MA), e de Portos e Aeroportos, Márcio França (PSB-SP), assinaram uma carta da bancada do PSB do Senado em apoio a Pacheco. Já o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB-AL), participou de um ato pró-Pacheco no Senado.

"A bancada do PSB, reunida nesta terça-feira, na sede do partido, ao analisar as candidaturas postas à Presidência do Senado Federal, decidiu, por unanimidade, hipotecar integral apoio à reeleição do senador Rodrigo Pacheco", diz a nota do PSB.

Ao receber o apoio da bancada do MDB, Pacheco afirmou que o partido se manifestou favorável à "defesa da democracia e do Estado Democrático de Direito, da harmonia, da separação e independência entre os Poderes".

"[Os senadores do MDB] se apresentam como apoiadores importantes em um momento em que nós travamos uma disputa e que queremos fazer prevalecer a continuidade de um trabalho no Senado produtivo, eficaz e que atende às respostas que a sociedade brasileira precisa", disse.

"Eu acho que o governo está se movimentando republicanamente, no que pode ajudar. O Brasil não precisa, na presidência do Senado, de um líder da oposição, para manter a tensão, a briga com outros Poderes", afirmou Renan Filho.

Ministros de Lula também devem participar em peso da sessão desta quarta. Um dos principais aliados de Pacheco, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD-MG), afirmou à Folha que deve ir ao Senado —Silveira disputou as eleições em outubro, mas não foi reeleito.

Quatro ministros de Lula foram eleitos senadores e já eram esperados para a posse e para a votação da mesa diretora, que começa no mesmo dia: Wellington Dias (Desenvolvimento Social), Camilo Santana (Educação), Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública) e Renan Filho (Transportes).

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro (PSD-MT), no entanto, está na metade do mandato, e não precisaria participar da cerimônia de posse. Mesmo assim, Fávaro deve reassumir sua vaga na Casa provisoriamente para garantir o voto a Pacheco, de quem é amigo.

O almoço na casa de Weverton Rocha contou com a presença de cerca de 30 parlamentares e do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates (PT-RN), que está no final do mandato no Senado.

Alcolumbre era o único representante da União Brasil. Em meio ao racha interno, a bancada decidiu liberar os nove integrantes. Além de Moro, o bolsonarista Alan Rick (União Brasil-AC), senador eleito, anunciou que votará em Marinho.

No PSDB, dois dos três senadores da bancada declararam voto ao ex-ministro de Bolsonaro: Izalci Lucas (PSDB-DF) e Alessandro Vieira (PSDB-SE). Já Plínio Valério (PSDB-AM) votará em Eduardo Girão (Podemos-CE), que também é candidato à presidência.

Erramos: o texto foi alterado

Márcio França é ministro de Portos e Aeroportos, não de Ciência e Tecnologia, como afirmou versão anterior desta reportagem
 

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