Siga a folha

Descrição de chapéu Governo Tarcísio

PF afasta agente que foi assessor de Tarcísio e participou de prisão e condução coercitiva de Lula

Polícia Federal diz que não irá comentar caso e não informou teor do processo interno que corre contra Danilo Campetti

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Brasília

A direção da Polícia Federal afastou do cargo o agente Danilo César Campetti, que participou da prisão do presidente Lula (PT) em 2019 no âmbito da Operação Lava Jato.

Campetti é apoiador de Jair Bolsonaro (PL), foi assessor em dois ministérios durante o governo do ex-presidente e tentou, sem sucesso, ser deputado estadual nas eleições do ano passado.

Além da detenção do petista, ele também foi um dos policiais que trabalharam na condução coercitiva de Lula e da ida dele ao velório do neto, em 2019, enquanto estava preso.

Agente Danilo César Campetti durante tiroteio em Paraisópolis em agenda do então candidato Tarcísio de Freitas (Republicanos) - Reprodução/Jornal da Cultura/YouTube/Reprodução

Neste ano, Campetti trabalhou na Secretaria de Segurança no governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos), ex-ministro de Bolsonaro, em São Paulo. Antes, ele tinha trabalhado com o governador no Ministério da Infraestrutura.

Em junho, o Ministério da Justiça retirou o agente do posto que ocupava e o transferiu para São José dos Campos (SP) sob o argumento de que o efetivo da PF no local estava baixo.

Agora, a direção, conforme publicação interna, decidiu "suspender preventivamente e afastar do exercício do cargo até decisão final do processo administrativo disciplinar" o agente.

Questionada, a PF afirmou que não irá passar nenhuma informação sobre o caso e não respondeu qual o teor do procedimento que corre contra Campetti.

O agente também foi alvo de processo da Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo, que pediu que Tarcísio seja multado sob acusação de que o policial federal Danilo César Campetti atuou em sua campanha eleitoral, o que é proibido.

Como mostrou a Folha, Campetti acompanhava o então candidato e integrava sua equipe de segurança no dia 17 de outubro, quando um tiroteio em Paraisópolis interrompeu a campanha de Tarcísio.

Segundo o Ministério Público Eleitoral, há prova de que Campetti empregou seus instrumentos de trabalho (arma e distintivo) em benefício de Tarcísio, o que é proibido. A lei eleitoral, buscando equilíbrio entre os candidatos, veda que agentes, serviços e recursos públicos sejam utilizados para beneficiar algum postulante.

"A ação demonstra que a chapa fez uso de bens móveis públicos e de serviços prestados pelo servidor público Danilo César Campetti, em ato de campanha em 17 de outubro de 2022. O servidor utilizou indevidamente sua arma e distintivo oficial na ocasião, bens móveis pertencentes ao órgão público ao qual está vinculado (Polícia Federal)", afirma a assessoria da procuradoria em nota.

Em nota publicada na época, a assessoria do Governo de São Paulo afirmou que Campetti estava de folga no dia 17 de outubro.

"Campetti inclusive já respondeu a processo similar estabelecido pela Corregedoria da Polícia Federal, tendo sido a ação arquivada após apresentação da sua escala de trabalho. Os questionamentos colocados na ação serão respondidos dentro do prazo previsto em lei", afirmou a assessoria a respeito da representação da procuradoria.

O próprio Ministério Público afirma na ação que a participação de Campetti na campanha não é um fato relevante o suficiente para provocar uma diferença de votos a favor de Tarcísio e, por isso, não cabe pedir a cassação de seu diploma de eleito, apenas aplicar uma multa.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas