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Não há indícios de que Pablo Marçal tenha sofrido tentativa de homicídio em comício em São Paulo

Caso, na zona leste da cidade, foi registrado como ameaça

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São Paulo

Posts desinformam ao dizer que Pablo Marçal (PRTB) foi vítima de tentativa de homicídio durante campanha política pela Prefeitura de São Paulo.

Em 30 de agosto, após agenda no bairro Anália Franco, na zona leste da cidade, o candidato registrou um boletim de ocorrência protocolado na SSP (Secretaria de Estado da Segurança Pública) como "ameaça", segundo o órgão afirmou ao Comprova. Posteriormente, ele concedeu entrevista relatando ter suspeitado de pessoas que se aproximaram dele ao longo do ato e sugeriu uma possível relação do PSOL com o episódio. O político não apresentou provas do suposto envolvimento do partido.

O candidato Pablo Marçal durante evento na zona leste de São Paulo - Reprodução

Desde então, começaram a circular nas redes sociais vídeos sobre o episódio, com informações que não foram relatadas por Marçal nem confirmadas pela SSP, como um áudio supostamente gravado por agentes da Polícia Militar que teria vazado. Nessa gravação, dois homens trocariam informações preliminares sobre uma "tentativa de homicídio" contra o candidato.

Procurada pela reportagem para falar sobre a veracidade do conteúdo "vazado", a SSP afirmou que "o áudio em questão é uma montagem" e "não confere com as comunicações ocorridas no dia dos fatos". Em nota, a pasta esclareceu que o B.O. de Marçal foi registrado como "ameaça", conforme já havia sido divulgado pelo próprio candidato à imprensa, e não como "tentativa de homicídio".

A postagem viralizada no TikTok diz, ainda, que foram disparados tiros durante o suposto tumulto —informação não confirmada pela SSP. O que foi divulgado sobre o caso é apenas que "pessoas se aproximaram" do comício de Marçal e "o ameaçaram". Depois, "os suspeitos fugiram". Na nota oficial, não há qualquer menção a armas de fogo.

Em conversa com a imprensa, o candidato disse que percebeu a aproximação de uma pessoa em aparente estado de embriaguez, avisou um dos seguranças da movimentação suspeita e procurou se proteger em uma padaria.

Questionado por repórteres, Marçal disse que não conseguia descrever as características do suspeito, mas indicou que, pela placa do carro utilizado, tratava-se do assessor de "uma deputada do PSOL". Ele não detalhou quem seria nem apresentou provas da acusação. Marçal respondeu ainda que não pôde identificar se o homem estava armado, mas mencionou que um policial presente no ato político afirmou que sim.

O Comprova tentou contato com Marçal e com o PSOL, mas não recebeu retorno até a publicação deste texto.

Diferentes posts

Um dos vídeos investigados pelo Comprova associa a imagem da deputada estadual Luciana Genro (PSOL-RS) ao episódio. O conteúdo mostra uma foto da parlamentar abaixo do relato de Marçal à imprensa sobre a provável tentativa de aproximação por parte do suposto assessor. À reportagem, a assessoria de Luciana afirmou que ela não estava em São Paulo no dia da confusão e negou envolvimento na situação.

Outro vídeo, que circula no TikTok, traz a voz de um homem, que não aparece nas imagens, gritando: "Segura! Polícia! Polícia!", enquanto três pessoas entram rapidamente em um veículo. Um texto na imagem afirma que um "assessor do PSOL tenta (sic) supostamente Marçal". A reportagem procurou o partido, mas não obteve retorno.

De acordo com reportagem do Metrópoles, que estava no comício, uma das pessoas seria Carol Iara, candidata a vereadora pelo PSOL. Por meio de busca reversa de imagem no Google, o Comprova confirmou que o vídeo fora gravado em uma esquina do bairro Anália Franco, onde Marçal realizou comício eleitoral naquele final de semana.

No Instagram, Carol Iara publicou vídeo e nota em que fala sobre imagens em que diz aparecer sendo "perseguida por um segurança de Pablo Marçal". Segundo ela, estariam "tentando ligar o vídeo a um suposto atentado". Logo em seguida, Iara explica que passou o dia em campanha na zona leste e conta que tentou entregar um boneco do Pinóquio feito de isopor ao candidato.

A psolista comenta que foi perseguida e que saiu rapidamente do local. Neste momento, o vídeo mostra imagens dela e de mais duas pessoas, aparentemente as mesmas que aparecem no conteúdo aqui verificado, andando rapidamente, como se estivessem indo embora do local.

Conforme a nota divulgada pela equipe de Iara, a entrega do boneco não ocorreu, "pois os seguranças de Pablo Marçal começaram a persegui-la de forma violenta no instante em que a viram", fazendo com que a candidata deixasse o local rapidamente.

POR QUE INVESTIGAMOS

O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas e eleições no âmbito federal e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984. Sugestões e dúvidas relacionadas a conteúdos duvidosos também podem ser enviadas para a Folha pelo WhatsApp 11 99581-6340 ou pelo email folha.informacoes@grupofolha.com.br.

Leia a verificação completa no site do Comprova.

A investigação desse conteúdo foi feita por Terra, Tribuna do Norte, Metrópoles, Imirante e CNN Brasil e publicada em 9 de setembro pelo Comprova, coalizão que reúne 42 veículos na checagem de conteúdos virais. Foi verificada por Folha, Estadão, A Gazeta e Nexo.

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