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Após saques a mercados, Polícia Civil passará a fazer rondas noturnas na Grande SP

Equipes especializadas reforçarão policiamento ostensivo feito pela PM e guardas municipais

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São Paulo

Após registrar ao menos três saques a supermercados nos últimos dias, a cúpula da Secretaria de Estado da Segurança Pública de São Paulo decidiu reforçar o policiamento preventivo das ruas da capital e região metropolitana com equipes especiais da Polícia Civil.

Por regra, o policiamento ostensivo nas cidades paulistas é feito pela Polícia Militar, em algumas delas contam também com a participação das guardas municipais. Os agentes da Polícia Civil, por sua vez, normalmente se deslocam em viaturas quando estão em investigações de crimes ou em operações especiais de combate à criminalidade organizada.

Na foto, vemos uma policial militar ajustar a máscara no rosto, tendo ao lado uma viatura
Policial militar de São Paulo; efetivo adota luvas e máscaras durante policiamento para evitar contágio por coronavírus - Divulgação Policia Militar

A expectativa, segundo a Folha apurou, é que esse reforço nas rondas comece na capital e na Grande SP já na noite desta quinta-feira (26) e sem previsão de quando devem ser suspensas. Elas devem ser realizadas por equipes especializadas da Polícia como Deic (crime organizado), Denarc (narcóticos) e do DPPC (Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania).

Integrantes da cúpula da Polícia Civil estavam realizando operação emergencial para aquisição de equipamentos de segurança como luvas e máscaras hospitalares.

Esse reforço no policiamento pode ser estendido para outras regiões do estado, caso novos casos venham a ser detectados. Por ora, contudo, só há registros de saques na capital e na região metropolitana. Embora considerado ainda dentro do controle, o aumento da presença na rua visa desestimular o aumento de casos e gerar clima de insegurança na população,

Dois desses saques ocorreram na noite desta quarta-feira (25) na zona leste da capital, ambas por volta das 20h. Um dos ataques ocorreu a um quiosque ao lado do supermercado D'avó, na avenida Sâo Miguel, na Vila Jacuí, quando um grupo de jovens saqueou as mercadorias, em especial bebidas.

O outro ataque ocorreu no Mini Extra da avenida Amador Bueno da Veiga, no Jardim Popular. Cerca de 20 pessoas, segundo testemunhos à polícia todas também aparentemente jovens, entraram no mercado como clientes e, após pegarem as mercadorias que queria, saíram correndo em debandada.

Outra caso semelhante havia ocorrido no Itaim Paulista, quando um grupo de cerca de 30 pessoas invadiu o Roldão Atacadista, deixando o local com itens como chocolate, bebidas e cigarros. Nesse caso, parte do grupo foi presa, e os produtos recuperados.

Desde o início da semana, a Polícia Militar já vem desenvolvendo um esquema especial de policiamento, tendo como uma das preocupações centrais tentar evitar saques e depredações de estabelecimentos comerciais como supermercados e farmácias.

Todas as operações no estado foram suspensas justamente para que o efetivo fosse integralmente concentrado nesses pontos e, ainda, para o policiamento residencial. A ideia é tentar deixar as pessoas em casa tranquilas e, assim, reduzir o estresse no isolamento social.

Até por essa redistribuição de efetivo, alguns integrantes da cúpula da PM consideravam desnecessária a participação da Polícia Civil no policiamento ostensivo.

Segundo integrantes da Secretaria de Estado da Segurança Pública ouvidos pela Folha, outro foco de preocupação são as vias totalmente voltadas para o comércio, que, com a quarentena, estão quase desertas. Isso facilitaria os casos de furtos, porque não há a presença de transeuntes que, ao notarem algo errado passando por esses locais, acionem as forças de segurança.

No começo na semana, o governo de São Paulo já havia anunciado a ampliação do serviço de delegacia eletrônica para tentar evitar a aglomeração nos distritos policiais. Com a ampliação, pode-se registrar pela internet praticamente todos os crimes existentes, com exceção de casos de homicídio, latrocínio (roubo com morte), estupros e violência doméstica. Em todas as exceções, há necessidade de coleta de provas imediatas.

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