Menino de 7 anos e jovem são libertados após 16 horas como reféns em Belo Horizonte

Sequestrador, ex-namorado da mãe da criança, foi baleado por atirador de elite; homem já tinha condenação por feminicídio

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Belo Horizonte e São Paulo

Uma criança de 7 anos e um rapaz de 23 foram libertados na manhã desta quinta-feira (22) depois de serem mantidos reféns por cerca de 16 horas, em Venda Nova, região norte de Belo Horizonte. O sequestro chegou ao fim após o criminoso ser baleado por um atirador de elite, segundo a PM.

As duas vítimas deixaram o local escoltadas por policiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais) de Minas Gerais.

Inicialmente, a Polícia Miliar de Minas Gerais havia declarado que o sequestrador havia morrido. Depois, disse que ele foi levado com vida ao Hospital de Pronto-Socorro João XXIII —procurada pela reportagem, a unidade disse não divulgar o quadro de saúde dos pacientes.

Criança e jovem são escoltados pela Polícia Militar de Minas após terem sido mantidos reféns por quase 16 horas.
Criança e jovem são escoltados pela Polícia Militar de Minas após terem sido mantidos reféns por quase 16 horas - Reprodução/Polícia Militar

O sequestrador foi identificado como Leandro Mendes Pereira, 39, ex-namorado da mãe da criança. Ele estaria inconformado com o término do relacionamento, segundo a Polícia Militar.

Por volta das 18h desta quarta (21), ele chegou à casa em que a ex-mulher mora e a agrediu. Ela conseguiu fugir. Neste momento, a criança de 7 anos e um rapaz de 23, irmão de criação da mulher, foram feitos reféns.

Acionado, o Bope tentou negociar a libertação dos reféns. A rua em que a casa fica foi fechada.

A PM disse que o sequestrador estava alterado e ameaçava matar os reféns e se suicidar. Ele exigia a presença da ex-companheira, o que não seria atendido, segundo a polícia.

Policiais militares que participaram da operação disseram ter visualizado, por janelas da residência, o que seria um revólver nas mãos do agressor.

Em meio às negociações, Pereira chegou a afirmar aos policiais que só sairia da casa morto e que encontrariam o seu corpo sobre os dos reféns. Em outro momento, no início da manhã, ele apontou a arma para a cabeça da criança.

Esses dois momentos, segundo a PM, juntamente com o histórico do sequestrador, foram determinantes para a decisão de atirar contra ele.

"A negociação não era suficiente, e os reféns estavam em risco", afirmou o coronel Ricardo Garcia Viana, comandante do policiamento especializado da PM de Minas Gerais.

A corporação não deu informações sobre onde estava o atirador de elite e em que momento exatamente o disparo foi feito.

A PM descartou a ideia de invadir a casa devido às condições do imóvel.

Pereira e os reféns estavam na parte de cima da construção. O acesso à área se dava por uma escada íngreme e estreita, o que dificultaria a ação, segundo a PM.

Condenação

O sequestrador já tem condenação em Minas Gerais por feminicídio, conforme informações do Fórum Lafayette.

Ele foi preso em flagrante em 26 de junho de 2008 após matar a ex-namorada enforcada. O crime ocorreu em 2008 no bairro Maria Goretti, região nordeste da capital mineira.

Em maio de 2011, foi condenado a 14 anos de prisão e, em junho de 2016, passou a cumprir pena em regime domiciliar. Ainda em 2016, em novembro, conseguiu liberdade condicional. Em fevereiro de 2022, a pena foi considerada extinta.

A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública mineira confirmou que Pereira esteve no sistema prisional do estado nas datas citadas pelo Fórum Lafayette, de 26 de junho de 2008 a 16 de junho de 2016.

Erramos: o texto foi alterado

Por erro da Polícia Militar de Minas Gerais, versão anterior deste texto afirmava que o sequestrador tinha sido morto. Na realidade, ele foi atingido por um tiro, mas sobreviveu.

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