Descrição de chapéu Obituário Firmino Raimundo Neto (1966 - 2024)

Mortes: Era feirante conhecido no sertão de Pernambuco

Firmino Raimundo Neto era calmo e gostava de crianças

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Juazeiro (BA)

Quem busca carne de bode ou de carneiro nas feiras livres de Petrolina (PE) logo recebe a indicação de procurar a banca de Firmino. Comerciante das carnes que dão fama à culinária do sertão pernambucano, ele acumulou mais de 30 anos de trabalho no ramo. Enquanto ele partia e retalhava as carnes, a família as comercializava.

O feirante passava metade da semana na zona rural cuidando da criação dos animais e o restante na casa do bairro São Gonçalo. "O negócio dele era trabalhar e fazer futuro. Quando ele estava lá na roça, ficava muito bem. Quando chegava aqui, ficava agoniado para voltar", conta a esposa, Lenilza Miranda, 68.

Firmino Raimundo Neto nasceu na zona rural de Petrolina no dia 11 de outubro de 1966. Caçula dos seis filhos de Raimundo João Neto e Martinha Antônia Neto, foi criado aprendendo a lidar com plantações e criações de animais em um sítio no distrito Rajada.

A imagem mostra um açougueiro usando uma faca grande para cortar pedaços de carne em um mercado coberto. Ele está vestindo um jaleco branco e parece concentrado em seu trabalho. Há várias peças de carne crua espalhadas sobre a mesa à sua frente.
Firmino Raimundo Neto (1966 - 2024) - Arquivo pessoal

Aos 24, mudou-se para a cidade, onde começou a trabalhar como ajudante de pedreiro. Pouco depois, comprou sua roça e começou a investir na criação de animais. Assim começava sua rotina entre o campo e a feira livre.

Casou-se com Lenilza Miranda, a Mirian, que já conhecia desde o sítio. Em mais de três décadas de relacionamento, teve com ela duas filhas e ganhou seis enteados.

Firmino era caseiro. Tinha hábito de acordar sempre cedo e passar seu café. Fumava, mas não bebia. Era calmo até "pisarem em seu calo", porém não guardava rancor —brigava e, na mesma hora, perdoava.

Seu semblante sério mudava quando estava cercado de crianças, e era tomado por sorrisos. Com Heitor, filho da enteada Nilzete e que o chamava de vovô, compartilhava o amor pelos cavalos e vaquejadas. Há pouco mais de um ano, ficou ainda mais realizado ao se tornar também avô de sangue com os nascimentos de Heloísa e Lemuel.

As vaquejadas davam o tom das trilhas sonoras de seus descansos, sempre na rede montada no beco da área lateral de sua casa. Era nesse espaço que ele assistia a vídeos no celular, seja das vaquejadas ou de causos nordestinos.

Em maio deste ano, após algumas consultas médicas, descobriu uma leucemia. Iniciou o tratamento imediatamente, mas o quadro se agravou rapidamente e ele morreu no dia 29 daquele mês.

Deixa a esposa, suas duas filhas, Cátia, 33, e Kelly, 31, e seus netos Heloísa, 1, e Lemuel, 1. Deixa também os enteados Luzinete, 49, Odete, 45, Mazinho, 42, Mailton, 38, Nilzete, 40, e Nildete, 36.

A família continua com a banca para atender os clientes. "Tem que continuar a união, que era tudo o que ele queria", diz a viúva.


coluna.obituario@grupofolha.com.br

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