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Rodrigo Zavala
Há pouco menos de uma
semana, um dos maiores criminosos brasileiros, o malfadado
Fernandinho Beira-Mar reclamava à imprensa sobre infra-estrutura
do presídio de segurança máxima Presidente
Bernardes. Transferido há seis meses, chegou a dizer
na revista televisiva Fantástico que “psicologicamente
estou um bagaço.”
Não é para menos. No
Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), o banho de sol é
limitado a uma hora por dia, não há atividades
recreativas, TV e rádio são proibidos, assim
como jornais e revistas. Mas, pode-se ler os livros da biblioteca.
Afinal, um pouco de erudição não faz
mal. E Beira-Mar chegou até a recomendar um, em cadeia
nacional: Arlequim, de Morris West, uma história policial
que envolve chantagens e atos terroristas. Ironicamente apropriado,
diga-se.
E enquanto Beira-Mar reclamava para
os jornalistas da Rede Globo, o restante dos criminosos criticavam
o regime austero do presídio para o Primeiro Comando
da Capital (PCC). A insatisfação dos presos
com o RDD foi o estopim para a onda de violência no
estado. Segundo a polícia, quatro dias antes de começarem
os ataques que deixaram São Paulo em clima de pânico,
dois integrantes de uma facção criminosa entregaram
uma lista de exigências à direção
do presídio.
E o que eles pediram? Revisão
das penas? Mais reuniões com advogados? Celas maiores?
Não! Entre outras coisas, eles reivindicam futebol
liberado, duas horas diárias de banho de sol, rádio
FM, visita íntima uma vez por mês, além
de rocamboles, água de coco, condicionador de cabelo,
bebida energética e até hidratantes para a pele.
Não é preciso
explicar porque isso foi escolhido o Asneiras e Equívocos
da semana.
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