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Fechar cidade é histeria e não resolve violência

Cristina Mori
Equipe GD

A decisão do prefeito de Iracemápolis (São Paulo), Cláudio Cosenza (PMDB), de cercar a cidade com um alambrado de 2,5 metros de altura, mostra a que ponto chega a discrepância entre a percepção da violência e a violência em si.

Iracemápolis possui 16 mil habitantes e, em média, um roubo por mês. Estão previstos três portais de entrada na cidade, sob vigilância de guardas municipais armados e câmeras de vídeo.

Cercar o perímetro urbano é uma medida de eficácia, no mínimo, duvidosa. Se isolamento físico resolvesse o problema, os condomínios de luxo da capital paulista estariam seguríssimos. Mesmo estas fortalezas têm sucumbido diante de quadrilhas fortemente armadas e numerosas.

Quando o próprio poder público opta por excluir ao invés de incluir os cidadãos, a solução para a desigualdade social fica ainda mais longe.

Como lembrou o jornalista Heródoto Barbeiro, no Jornal da CBN desta quarta-feira, a iniciativa do prefeito Cosenza é um retrocesso às cidades medievais, que possuíam altos muros e um fosso ao seu redor, na tentativa de manter os bárbaros do lado de fora.

Leia mais
- Prefeito decide cercar cidade em São Paulo (Folha de S.Paulo)

 

 

 
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Prefeito decide cercar cidade em São Paulo

O prefeito de Iracemápolis (164 km de São Paulo), Cláudio Cosenza (PMDB), está transformando a cidade numa espécie de "condomínio" fechado. Ele pretende isolar todo o perímetro urbano com 8.700 metros de alambrado.

O projeto prevê ainda a instalação de três portais nas principais entradas da cidade, equipados com câmeras de vídeo. Guardas municipais armados ficarão guardando os portais.

O alambrado, que tem 2,5 metros de altura, contorna o perímetro urbano da cidade, passando pela rodovia SP-151, que liga Iracemápolis a Rio Claro. A rodovia SP-151 limita a região norte da cidade com a zona rural.

Segundo o engenheiro civil responsável pelo projeto, Paulo César Demarchi, só não vai haver alambrado no trecho limite com a usina Iracema, onde já existe uma cerca.

A prefeitura já gastou R$ 20 mil na primeira etapa da obra, que inclui 1.100 metros de alambrado. O projeto total custará R$ 300 mil e será concluído em seis meses.

Os primeiros 500 metros de cerca já foram colocados entre a rodovia SP-151 e um bairro de classe média da cidade, o Parque Cezarino Borba. Nesse bairro, aconteceu o único roubo da cidade, registrado no mês de julho.

Segundo dados da Polícia Civil, foram registrados sete roubos de janeiro até julho deste ano. A média é de um roubo por mês.

Segundo o prefeito, a medida visa proteger da violência os 16 mil habitantes. "Pretendo transformar a cidade num condomínio fechado", disse Cosenza.

O monitoramento de pessoas por meio câmeras de vídeo e cercas às margens das rodovias não são inconstitucionais, segundo o integrante do Centro de Estudos Monsenhor Salim da Faculdade de Direito da PUC-Campinas Octávio Miranda Junqueira.

Segundo Demarchi, os portais serão equipados com pelo menos duas câmeras de vídeo e um circuito ligado com a Polícia Militar.

O prefeito é candidato à reeleição e acredita que, mesmo que não seja eleito, o novo chefe do Executivo deve dar continuação à proposta. A lei não proíbe os alambrados, guaritas e câmeras. Porém, o artigo 5º, inciso XV, da Constituição Federal, proíbe o constrangimento de quem tente entrar na cidade.

O aposentado José da Silva, 63, disse ter gostado da iniciativa, pois foi alvo de um assalto no mês passado. ""Tenho medo de assalto. Isso não vai resolver os problemas da violência, mas vai dificultar."

(Ana Paula Margarido - Folha de S.Paulo)

 

 
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