Marina Rosenfeld
especial para o GD

Transformar os ônibus do transporte público em galerias de arte e bibliotecas itinerantes é a proposta da empresa de ônibus BH Trans e da prefeitura de Belo Horizonte. Dois projetos diferentes, Leitura para Todos e Arte no Ônibus têm possibilitado às pessoas viajarem, diariamente, de casa para o trabalho, na companhia de escritores famosos e renomadas obras de arte. “É uma maneira que encontramos para democratizar o acesso, de parte da população, à leitura e à arte, considerando que mais de 80% dos habitantes de BH têm o ônibus como principal meio de transporte”, diz o gerente de comunicação e educação da BH Trans, Humberto Rollo.

Desde o final do ano passado, o Leitura para Todos, desenvolvido em parceria com uma ONG formada por professores e alunos da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), leva textos da literatura brasileira para mais de 170 ônibus da cidade. São textos de escritores como Oswald de Andrade, Machado de Assis, Manuel Bandeira, Castro Alves, Gonçalves Dias, Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown. “São mais de 50 diferentes literaturas em cada ônibus”, comenta Rollo. Os textos ficam suspensos por fios de nylon na parte traseira dos bancos dos veículos.

O projeto Arte no Ônibus, por sua vez, já veiculou, desde 2001, mais de 18 mil cartazes com obras de 70 artistas nas janelas traseiras de todas as linhas de ônibus, atingindo um total de 2.066 veículos. As obras são escolhidas por meio de um concurso realizado na cidade, em que qualquer pessoa pode participar. O concurso divide-se em duas modalidades: poesias e artes plásticas. Mais de 3.800 obras vencedoras já foram expostas pela cidade.

“A princípio, as pessoas pegam um texto para ler por distração. Se conseguirmos atingir os 1500 ônibus desejados, até o final do ano uma pessoa lerá o equivalente a seis livros. O que é uma média bastante superior se comparado ao resto do Brasil”, finaliza Rollo.

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