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05/05/2004
Jumentos vão virar comida na mesa de estrangeiros

 


Após ter sido substituído pelo sertanejo por bicicletas e motos, o jumento vai virar comida de estrangeiros. Um frigorífico instalado no interior do Ceará aguarda apenas uma autorização do Ministério da Agricultura para começar a abater e exportar a carne do animal para cinco países da Europa e da Ásia.

Segundo um dos donos da Pampa Agro-industrial, Elimárcio de Bastos Belchior, 28, nada do que for abatido ficará no país.

"Não é da cultura do brasileiro. Se você for na minha casa, vou servir carne de gado ou de porco, porque, como todo brasileiro, não fui acostumado a comer outro tipo de carne. Mas, em países como Japão e Bélgica, a carne de eqüino é muito bem-aceita."

Belchior afirma que não terá um criatório de jumentos para o abate. Os animais serão os apreendidos na beira de estradas nos Estados do Nordeste. Só no Ceará, o Dert (Departamento de Edificações, Rodovias e Transportes) apreende entre 800 e mil jumentos por mês. A capacidade do frigorífico, instalado em Santa Quitéria (250 km de Fortaleza), é de 3.000 animais por mês.

Todo o abate será acompanhado por um veterinário do ministério, que já inspecionou o local.

Há um ano, a Comissão do Meio Ambiente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) do Ceará e a Uipa (União Internacional Protetora dos Animais) denunciaram a tortura e o massacre de jumentos apreendidos pelo Dert.

Segundo publicado pela Folha, os animais seriam enterrados ainda vivos, após passar uma semana sem comer nem beber nada. O Dert negou as acusações.

Foi ao saber do massacre de jumentos que Belchior teve a idéia de deixar Minas Gerais, onde já atuava no abate de eqüinos há dois anos, e ir para o Ceará.

O abate de eqüinos no Brasil para exportação não é novidade. Empresas no Rio Grande do Sul e no Paraná atuam na área, mas o cavalo era o animal até então mais usado. A principal utilização da carne de jumento é na fabricação de embutidos, mas ela também pode ser preparada como a carne bovina, cozida ou assada. "O sabor é um pouco diferente, mais adocicado", disse Belchior.

Se, por um lado, o jumento vem sendo desprezado pela sua falta de utilização, por outro, o culto ao animal ainda existe em alguns locais. Um exemplo disso é o que acontece em Panelas, no agreste de Pernambuco. Conhecido na cidade como jerico, o jumento é homenageado há 30 anos num festival anual. Até um "jericódromo" é montado, na principal avenida do município, para uma corrida.

 

KAMILA FERNANDES
da Agência Folha

   

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