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A divulgação
feita pela Folha de que foi aberta apenas uma – exatamente
isso, uma vaga – em todo o programa de "primeiro
emprego", o que beira o escárnio, reforça
o que se dizia na campanha eleitoral e era apontado como preconceito:
Lula não estava preparado para governar. O problema
não era a falta de diploma, nem de escolaridade, mas
de inexperiência com processos administrativos complexos.
Quando um ministro chama outro de
"vagabundo", incomodado com a paralisia governamental,
é que se chegou a um clima de fim de governo. O problema
não é só de Lula, óbvio: pessoas
em cargos estratégicos como José Dirceu, Ricardo
Berzoini, Guido Mantega, são passageiros de primeira
viagem, chamados a lidar com labirintos administrativos. Para
eles, é uma espécie de primeiro emprego, um
maravilhoso estágio intensivo em administração
pública. Palocci se salva por ter ser sido pelo menos
prefeito de uma cidade de porte médio.
Bastou a primeira pancada –
o caso Waldomiro – para que todo o comando governo desmontasse,
sem saber reagir. Imaginem se tivéssemos passado por
uma crise externa, desses que ficamos vulneráveis em
escala planetária.
Não significa que eles
não possam aprender. Podem, claro, e têm tempo.
Mas vão aprender a pilotar sentados na poltrona do
comandante do avião. O problema é o tempo que
se perde dando voltas desnecessárias.
Esta coluna é publicada originalmente
na Folha Online, na editoria Pensata.
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