JUAZEIRO DO NORTE (CE) — Os cartões de Natal
que surgem das mãos habilidosas de jovens artesãos
estão conquistando o mercado europeu. O inusitado do
produto é a matéria-prima que reúne tecido,
capim, folha e palha de bananeira, além de uma boa
dose de concentração. Os garotos não
se cansam de trabalhar para atender as encomendas num ritmo
acelerado sem perder de vista a qualidade dos cartões.
O presidente da Associação dos Artesãos
da Mãe das Dores, Luciano Bezerra da Silva, informou
que a produção dos cartões começou
no mês de julho. Até agora, já foram enviados
2.500 unidades para a Holanda, que constitui-se no principal
mercado, bem como outros 1.500 para França e Bélgica.
Outros 400 cartões de Natal tem que ser concluídos
até o próximo sábado e o rumo da nova
encomenda é a França.
Até o Natal, segundo o presidente da Associação,
mais 1.500 cartões deverão ser produzidos e
ficarão aqui mesmo no Brasil em estados como São
Paulo e Pernambuco. Entretanto, não ficam de fora mercados
como Fortaleza, na Central Artesanal (Ceart), e Juazeiro do
Norte. Luciano revela que as encomendas mantiveram o mesmo
volume do ano passado, mas a intenção é
ampliar para o próximo ano.
A entidade que está completando 20 anos de fundação
pretende capacitar mais jovens e ampliar a produção
de olho no crescimento das exportações a partir
da conquista de novos mercados. Atualmente, a associação
congrega sete jovens artesãos na faixa etária
de 15 a 25 anos. De acordo com o presidente, além do
dom para a atividade, a principal exigência é
estar freqüentando regularmente a sala de aula.
“Sempre tivemos a preocupação de que
os nossos artesãos estejam matriculados em escolas”,
diz Luciano, observando que, além de aprender uma atividade,
os jovens ganham uma receita financeira. É o caso de
Francisco André Ferreira, 18 anos, residente na rua
do Horto, em Juazeiro do Norte. À tarde, ele cursa
o segundo ano do Ensino Médio no Centro Educacional
Moreira de Souza, mas desde os cinco anos que mexe com o artesanato.
A influência veio dos pais que trabalhavam com a palha
de carnaúba. Já viúva, ainda hoje sua
mãe produz chapéus e camisas de palha para garrafas.
“Sempre tive habilidade em criar coisas novas”,
comenta André acrescentando que, no caso dos cartões
de Natal, exige muita paciência na colagem dos detalhes.
Atualmente, ele ganha em torno de meio salário mínimo
mensal, mas, nas férias, consegue aumentar o faturamento.
As informações são do Diário
do Nordeste.
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