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colaboração
09/12/2004
Cata-vento pode ser alternativa de energia no campo

CEARÁ- Um simples cata-vento pode transformar uma comunidade e impulsioná-la para o desenvolvimento sustentável. É o que defende o matemático e dono de uma barraca na Praia do Futuro, José Expedito Madeira. Segundo ele, o cata-vento é fonte de energia verdadeiramente limpa, com custo ambiental igual a zero.

“A energia dos ventos captados cresce 24% ao ano em todo o mundo e isso pode trazer benefícios incalculáveis para as populações mais carentes e, em especial, para os micro e pequenos produtores que não têm de onde tirar mais dinheiro para pagar a energia e água consumidas nas roças. Por aqui, temos ventos abundantes”, afirma.

Madeira destaca as pesquisas da Embrapa Agroindústria Tropical que trabalha em um sistema de irrigação localizada utilizando a energia eólica. Em Pacajus está sendo desenvolvido um experimento que utiliza cata-ventos hidráulicos, beneficiando, principalmente, a fruticultura.

“Além de não poluir o meio ambiente, o sistema tem um custo de manutenção quase zero e isso para o pequeno agricultor é essencial”. Mesmo em comparação com o sistema de bombeamento de água elétrico, que apresenta um custo inicial menor, o cata-vento, a médio e longo prazos, tem vantagens. “Só em não mais pagar pela fonte de energia, que é o vento, vale a pena”, avalia.

Para Madeira, o dito popular “a união faz a força” é essencial para o pequeno e médio produtoresque, sozinhos, não encontram saída para manter a sua plantação. “Somente com a organização dessas comunidades no sentido de buscar levar para as suas localidades os cata-ventos, alternativa segura para o problema da água e energia, é que elas vão conseguir superar todas as dificuldades para conseguir o dinheiro necessário à instalação dos equipamentos”.

Ele lembra que existe o Programa de Desenvolvimento Energético para Estados e Municípios (Prodeem). “A medida federal possui recursos — da ordem de R$ 63 milhões — destinados a financiar equipamentos para a energia eólica e solar. Os produtores da Bahia já se beneficiaram com estes recursos e por que não o Ceará?”, indaga.

Para conseguir a verba, explica Madeira, é necessário que a sociedade se organize em sindicatos, cooperativas, Organização Não Governamental (ONG), associações comunitárias. “Se faz um abaixo-assinado com o máximo de assinaturas, encaminha o documento para o prefeito. Este, por sua vez, solicita ao deputado federal da região que este leve proposta para o orçamento da União. A partir daí, com o dinheiro garantido, é preciso fiscalizar até a sua liberação e instalação do equipamento. É preciso ficar atento a todos os passos”.

É preciso correr contra o tempo, aconselha o matemático. Os recursos para os cata-ventos só poderão sair em 2006, já que o Orçamento Geral da União para o próximo ano está fixado. “Não dá mais para deixar tudo para o governante. A comunidade tem que abrir os olhos, arregaçar as mangas e buscar alternativas. Somente assim, nos livraremos de tantos desempregados no campo que estão vindo inchar as cidades, criando bolsões de miséria e insegurança”, finaliza.


As informações são do jornal Diário do Nordeste.

 
 
 

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