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13/11/2003
Música erudita tira jovens da violência e dá oportunidade de uma vida melhor

Em uma das regiões mais pobres do Brasil, foi encontrada a prova de que existe solução para o problema da violência. E quem mostra isso são os muitos e muitos cidadãos brasileiros que, num determinado momento, decidem agir.

Brasília fica em Xerém, distrito de Caxias, Baixada Flumimense. A 30 quilômetros do Rio, é uma roça com vacas e bois soltos nas ruas de barro. Brasília é nome da vila e da escola.

"Aqui começa o futuro", diz a faixa. Mas no futuro, falta luz quase toda a semana. Na sala estreita de paredes de chapisco, um professor resolveu criar uma camerata de violinos.

Alunos aprendem a empunhar o nobre instrumento de madeira, o arco de crina. Conhecem sonoridade e harmonia. O método é japonês, baseado em seqüências simples de acordes. No começo, acharam que o professor Eduardo Destord era doido.

"Muitos não acreditavam que eles pudessem tocar, achavam que era coisa de outro mundo, mas eles são valentes", elogia o professor Eduardo.

Michelle, Mayara e Johnny jamais imaginaram que um dia iam gostar de violino.

"Eu gosto de tocar violino e jogar futebol, duas coisas que eu gosto de fazer", conta Johnny William, 13 anos.

Um dia Suellen Cristina ouviu um concerto. Soube na hora que queria mais.

"Nunca pensei que fosse tocar violino, nem que fosse ver assim, nunca pensei que ia conseguir ver e encostar no violino. É muito bom a gente tocar", diz Suellen, 10 anos.

Eduardo, o professor, ousou mais ainda. Anda ensinando Luiz Gonzaga, Bach, Beethoven, Villa-Lobos. Sonha plantar no coração de cada criança da Baixada Fluminense a paixão pelos grandes compositores.

A camerata está fazendo dois anos. As aulas são poucas. Só uma vez por semana. Agora é que a moçada está pegando maior intimidade com o instrumento. Beethoven, de longe já virou o preferido da turma.

Os violinos foram doados por empresas e artistas que visitaram o lugar.



As informações são do Jornal Nacional.

 
 
 

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