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Produtos
para negros ganham espaço no mercado
Mesmo com os
piores indicadores sociais, como escolaridade e salários,
os negros são cada vez mais valorizados como consumidores.
Prova disso é o crescimento de produtos específicos
para esse mercado, ainda que seu poder aquisitivo seja praticamente
metade da população branca (Negros ganham R$ 639 reais
contra R$ 1236 dos brancos, trabalhando 47 horas semanais).
Os cosméticos
para negros, por exemplo, cresceram 26% no primeiro semestre do
ano, enquanto os convencionais tiveram uma expansão entre
6% e 11%, no mesmo período. Algumas empresas, como O Boticário,
lançaram maquiagens específicas para negras. Outros
setores também focam esse público, como o de brinquedos.
A Estrela lançou bonecas negras que tiveram uma venda acima
das expectativas.
A explicação
para o fenômeno é cultural. Para o presidente da Associação
Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e
Cosméticos, João Carlos Basílio, o crescimento
é irreversível. 'A auto-estima dos afro-descendentes
aumentou. Com ela, veio a exigência de produtos próprios,
não mais adaptações de produtos voltados ao
padrão de beleza europeu', diz.
Leia
mais:
Bonecas e cosméticos ganham mercado
Negro pode ter cota em comercial
Mundo do trabalho reflete desigualdade
(Gazeta
Mercantil)
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Classe
média negra impulsiona a venda de produtos étnicos
Eles apresentam
os piores indicadores sociais, seja em educação ou
em salário, mas cada vez mais o mercado se prepara para melhor
lhes atender. Negros e pardos, 45% da população brasileira,
estão na mira de empresas que apostam em estratégias
e novos produtos direcionados a eles.
A valorização
do potencial de consumo dessa parcela da população
vai na contramão das suas conquistas sociais. Segundo pesquisa
da Fundação Seade, o rendimento médio mensal
do homem negro é de R$ 639, enquanto o do branco é
de R$ 1.236. Apesar da desigualdade, o mercado está atento
à demanda crescente de uma classe média negra estimada
em 8 milhões de pessoas, que gira US$ 50 bilhões anuais.
Já não
é possível visitar uma das 7 mil lojas de cosméticos
de São Paulo, entre perfumarias e farmácias, sem se
deparar com produtos étnicos. Enquanto o segmento convencional
de produtos para cabelos, de xampus a condicionadores, cresceu entre
6% e 11% no primeiro semestre de 2001 em relação a
mesmo período do ano passado, as vendas de étnicos
aumentaram 26%. Os cabelos crespos respondem por R$ 685 milhões
em negócios anualmente, cerca de 20% do setor de cosméticos
para cabelo em geral, de acordo com a Associação Brasileira
da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos.
Empresas como
O Boticário, Avon, Estrela e agências como a DM9DDB
investem tanto em produtos étnicos como no conceito de diversidade
nos seus próprios quadros de funcionários para melhor
atender e compreender o público-alvo. 'Não se trata
só de atrair gente de diferentes tipos físicos, mas
de valorizar talentos e experiências que, combinados, levam
à excelência', diz o vice-presidente da DM9, Erg Ray.
'A propaganda descobriu, finalmente, que o Brasil tem vários
tons', diz a atriz Isabel Fillardis, estrela da campanha de amamentação
da Sociedade Brasileira de Pediatria.
(Gazeta Mercantil)
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Bonecas
e cosméticos ganham mercado
O mercado de
produtos étnicos está em ascensão nos setores
de brinquedos e produtos de beleza. As bonecas negras, por exemplo,
são parcela cada vez maior nas vendas da Estrela. Até
os anos 90, a versão negra de uma boneca não atingia
20% das vendas totais. Mas nos atuais lançamentos, como a
Susi Olodum, ela alcança 67%. 'Vamos investir mais nesses
produtos, não só pela questão econômica,
mas por responsabilidade social', diz o diretor de marketing da
Estrela, Aires Fernandes.
A Susi Olodum
foi lançada no carnaval do ano passado nas versões
branca e negra. Desde então, foram vendidas 150 mil unidades,
com faturamento de R$ 3,5 milhões. A versão branca
vendeu 90 mil, e a negra, 60 mil. 'A relação, surpreendente,
está ligada à valorização da cultura
negra', diz Fernandes.
Aproveitando,
a Estrela inseriu uma boneca negra na recém-lançada
coleção Maluketes, licenciada da Eliana. 'No passado,
as bonecas negras eram caricatas, como a nega-maluca', diz. 'Hoje,
o público quer uma representação mais bonita
de sua etnia.'
O setor de cosméticos
é o que mais concentra produtos étnicos. O Boticário
lançou uma linha de maquiagem para o público jovem,
batizada de Cores, com o mesmo conceito que fez o sucesso da linha
Natural Colors: a inclusão de itens específicos para
a beleza negra. A Natural Colors, lançada há quatro
anos, representa hoje 10% do faturamento da empresa. A rede de franquias,
com 2.037 lojas, faturou no ano passado R$ 1,15 bilhão.
De acordo com
a gerente do grupo de produtos de O Boticário, Helena Tauil,
a diversidade étnica também está presente na
estrutura da empresa. 'No departamento de marketing, temos negros,
orientais e brancos', diz. 'Isso é fundamental para testar
e criar produtos, mas principalmente para atender melhor ao consumidor.'
Para o presidente
da Associação Brasileira da Indústria de Higiene
Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, João Carlos Basílio,
o crescimento do mercado é irreversível. 'A auto-estima
dos afro-descendentes aumentou. Com ela, veio a exigência
de produtos próprios, não mais adaptações
de produtos voltados ao padrão de beleza europeu', diz.
(Gazeta Mercantil)
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Negro
pode ter cota em comercial
O projeto de
lei em tramitação na Câmara dos Deputados que
prevê cotas mínimas para atores negros em comerciais
de tevê desagrada ao meio publicitário. O projeto 4.370/98,
de autoria do deputado federal Paulo Paim (PT-RS), está na
Comissão de Defesa do Consumidor. 'Seria uma camisa de força
para a criação', afirma o vice-presidente de criação
da DM9DDB, Erg Ray.
Segundo o publicitário,
já existe uma sensível preocupação do
mercado brasileiro em valorizar as diferentes etnias nos comerciais.
'Quem faz propaganda hoje acordou para o fato de que o Brasil não
é um país nórdico, formado por louros de olhos
azuis', diz. 'De dois anos para cá, a tendência é
enaltecer essa brasilidade.'
Ele cita o exemplo
de sua própria agência, que investe internamente no
que chama de diversidade do capital humano de seus quadro de funcionários,
para melhor atender e compreender seu público-alvo. 'Não
se trata só de atrair gente de diferentes tipos físicos,
mas de valorizar talentos e experiências que, combinados,
levam à excelência', diz Ray.
Para a atriz
Izabel Fillardis, estrela da campanha de amamentação
da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), os projetos de cotas
limitam a criatividade dos criadores. Mãe de sua primeira
filha, Analuz, de 9 meses, a atriz acredita que o mercado publicitário
está cada vez mais aberto para os atores negros. 'Mas é
preciso melhorar ainda mais', diz.
(Gazeta Mercantil)
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Mundo
do trabalho reflete desigualdade
Os indicadores
socioeconômicos apontam a desigualdade entre as raças
em quase todas as esferas da sociedade brasileira. No quesito renda,
a mais recente Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) do convênio
entre a Fundação Sistema Estadual de Análise
de Dados (Seade) e o Departamento Intersindical de Estatísticas
e Estudos Socioeconômicos (Dieese) revela que, enquanto a
média mensal de rendimentos do homem branco é de R$
1.236, a do negro é de R$ 639. E o número de horas
semanais trabalhadas é o mesmo para os dois grupos: 47.
'Quando um trabalhador
é subestimado, quem perde é a sociedade', diz a diretora
do Centro de Estudos de Relações do Trabalho e pesquisadora
da Universidade de São Paulo (USP), Maria Aparecida Silva
Bento. Segundo ela, as empresas nacionais estão começando
a despertar para a importância da diversidade cultural e étnica
em seus quadros. 'Funcionários homogêneos tendem a
pensar de maneira similar, o que causa limitações
na hora de encontrar respostas criativas para as situações
novas', diz. 'Temos assessorado profissionais de recursos humanos
de grandes empresas nacionais interessados em desenvolver o conceito
de diversidade. As multinacionais estão na frente, mas os
empresários brasileiros já acordaram.'
(Gazeta Mercantil)
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