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Contratação
de executivos tem baixa
Levantamento
da consultoria de recursos humanos Laerte Cordeiro indica queda
de 20% na oferta de trabalho para executivos de alto escalão
no primeiro trimestre deste ano, comparando ao mesmo período
de 2000.
A baixa é
reflexo da insegurança com relação à
economia mundial, principalmente depois da desaceleração
nos Estados Unidos e da crise argentina.
A grande diferença
em comparação ao ano passado explica-se pelo fim da
febre nas pontocom, que diminuíram a procura por executivos
nos primeiros meses de 2000. O mercado aposta que telecomunicações
e energia serão responsáveis por um novo aumento na
demanda por gerentes e diretores em 2001.
O período
conturbado favorece cargos de média gerência, especialmente
aqueles ligados a vendas e marketing, áreas que lidam com
o dia-a-dia das empresas.
(Gazeta Mercantil)
Pé no freio na contratação
de executivos
As incertezas em relação às economias dos Estados
Unidos e da Argentina, somadas à retração de
setores como o de internet, levaram as empresas brasileiras a colocar
o pé no freio na contratação de executivos.
Levantamento da consultoria de recursos humanos Laerte Cordeiro
indica queda de 20% na oferta de trabalho para gerência e
diretoria no primeiro trimestre na comparação com
o mesmo período de 2000.
'As subsidiárias
das multinacionais vivem um momento de apreensão por conta
da fase turbulenta por que passam as suas matrizes', diz Denys Monteiro,
da Financial Executive Search Associates, especializada na contratação
de profissionais de finanças. Na consultoria, a queda na
procura por executivos também chegou aos 20%.
A mesma retração
foi observada na caçadora de talentos Russell Reynolds. 'Os
negócios não chegaram a ser cancelados, mas adiados',
diz Jacques Sarfatti. O tempo de resposta da empresa para preencher
uma vaga aumentou - as companhias temem os efeitos do mercado mundial
nas suas operações.
A efervescência
causada pelas pontocom na contratação de profissionais
nos primeiros meses de 2000 não se repetiu este ano. A procura
por talentos em telecomunicações e energia tem suprido
em parte essa carência, e é a aposta dos headhunters
para que o mercado retome o crescimento.
Sinal
amarelo na contratação de executivos
O mercado de trabalho brasileiro para o alto escalão sente
os efeitos do desaquecimento global da economia. Com a enxurrada
de demissões, a alta do dólar, a crise argentina e
a desaceleração do consumo nos Estados Unidos, multinacionais
e empresas brasileiras colocaram o pé no freio nas contratações
durante o primeiro trimestre de 2001, por temer o efeito dessas
oscilações nos seus negócios. Segundo levantamento
da consultoria de recursos humanos Laerte Cordeiro, a oferta de
emprego para gerência e diretoria caiu 20% de janeiro a março
deste ano, em comparação com o primeiro trimestre
de 2000.
O mesmo número
é confirmado em pelo menos duas grandes empresas de headhunting
que têm atuação nacional: a FESA e a Russell
Reynolds. 'As subsidiárias das multinacionais vivem um momento
de total apreensão por conta da fase turbulenta que passam
as suas matrizes', diz Denys Monteiro, vice-presidente e sócio
da FESA, especializada na seleção de executivos para
o mercado financeiro. 'Enquanto não houver definição
na economia norte-americana, a situação vai permanecer
instável'. Monteiro afirma que, no final de abril, já
será possível prever como irão se comportar
as contratações de executivos seniores neste segundo
trimestre.
Houve um forte
movimento de procura por profissionais para o alto escalão
nos últimos meses do ano e também em janeiro, segundo
Jacques Sarfatti, headhunter da Russell Reynolds. Isso por conta
das vagas disponíveis em companhias de tecnologia, especialmente
telecomunicações. Mas em fevereiro e em março
a contratação ficou comprometida. 'Os negócios
não foram cancelados, mas adiados', diz Sarfatti. Na prática,
significa que o tempo de resposta da empresa para preencher uma
vaga aumentou.
'Houve mais
propostas e menos autorização', diz Winston Pegler,
headhunter da Ray & Berndtson. Pegler, no entanto, faz questão
de afirmar que, apesar da desaceleração do mercado,
nenhuma vaga chegou a ser cancelada no primeiro trimestre. 'As empresas
definiram o perfil do candidato com a consultoria de headhunting,
mas não deram o sinal verde para começar a procura.'
Para ele, muitas
empresas estão postergando a decisão de contratar
porque encontram-se numa fase de adequação a novos
modelos de negócios. 'As companhias estão preparando
suas operações para integrá-las às novas
tecnologias, a ponto de não haver mais diferenciação,
dentro da empresa, entre o que é nova e velha economia',
afirma. 'Mas, a partir do segundo trimestre, com a situação
econômica mundial mais estável e definida, boa parte
das decisões não poderá mais ser adiada', diz
Pegler. E isso envolve contratação de pessoal especializado,
em cargos estratégicos.
Assim como Pegler,
Leonel Mendonça, da Nicholson International (NI), confirma
o recuo e acredita numa retomada a partir deste trimestre. Para
ele, a desaceleração foi mais evidente nos contratos
para as posições seniores, por conta do menor número
de empresas começando seus negócios no Brasil. 'E
a situação da economia nos Estados Unidos deixou muitas
subsidiárias de empresas norte-americanas congeladas, mais
seletivas e menos dispostas a investir em pesadas remunerações.'
Além disso, afirma, o cenário deste ano não
conta com a efervescência que a internet apresentava no começo
do ano 2000.
A maior parte
dos caçadores de talento contabilizou a falta que o mundo
virtual fez na procura por novas vagas. O setor de telecomunicações
tem cobrido em parte esse 'buraco', enquanto outras áreas
despontam como substitutas. 'Há uma demanda crescente por
parte das empresas ligadas ao mercado de energia, como resultado
das privatizações no setor', diz Jacques Sarfatti.
Já para Guilherme Velloso, da PMC Amrop Hever, o efeito internet
seguiu na contramão do mercado. 'Nosso primeiro trimestre
de 2000, por exemplo, foi fraco', diz o headhunter, que decidiu
não se enveredar na febre de contratações para
o mundo virtual. Já esse ano, garante Velloso, a procura
se mostra bem melhor.
Entre os destaques
de um período conturbado, os cargos de média gerência,
principalmente ligados à área de vendas e marketing,
despontaram no mercado de trabalho. 'Quando o mercado está
retraído, as empresas buscam estratégias para ganhar
espaço no dia-a-dia, por meio das vendas especializadas',
diz Denys Monteiro. 'Na FESA, a oferta para recolocação
de profissionais com rendimentos mensais entre R$ 8 mil e R$ 12
mil cresceu em pelo menos 20%, se comparado aos primeiros meses
do ano passado'.
Uma nova prática
adotada pelas multinacionais que iniciam operações
no Brasil é a contratação apenas do diretor
comercial, em vez da contratação do 'country manager'
(diretor geral) e seus subordinados. 'O quadro de funcionários
das novas múltis está bem mais enxuto, por isso elas
escolhem somente um profissional que, no futuro, poderá exercer
a função de primeiro homem da companhia', diz Monteiro.
'Quando as atividades estiverem, de fato, a pleno vapor, as outras
vagas serão preenchidas'.
Para Rudolf
Mayer-Singule, da Spencer Stuart, o mercado de contratação
de executivos, tanto para posições de média
gerência quanto para cargos mais altos, não chegou
a ser ruim, mas empolgou pouco. Segundo ele, a situação
neste começo de 2001 é diferente da dos primeiros
meses do ano passado. 'No mesmo período de 2000 havia, por
exemplo, o boom provocado pela internet. Hoje, isso não existe
mais', diz. Para Mayer-Singule, a crise nos Estados Unidos mexe
com o mercado brasileiro, mas à distância. 'Muitas
empresas enxugam por lá, mas mantêm suas posições
no Brasil.'
Marcelo Mariaca,
da Mariaca & Associados, já sentiu clientes preocupados
com a economia norte-americana, especialmente, com a bolsa de valores
e a crise argentina. 'Mesmo assim, é preciso lembrar que
o Brasil está no terceiro ano consecutivo de investimentos',
diz. 'Para as empresas, isso requer talentos.'
A consultoria
DDI - presente em 22 países, com clientes do porte de Coca-Cola,
General Motors e Pfizer - não está descontente com
a desaceleração do mercado mundial, mesmo o sinal
de alerta dado no Brasil, segundo o diretor geral da DDI no Brasil,
Ramon Fontaine. A empresa, que começou suas operações
no País esse ano, com a oferta de tecnologia de ponta para
seleção profissional, aguarda progressos. 'Quanto
maiores os cortes nas empresas e o número de candidatos no
mercado, mais intensa deve ser a procura pelos melhores.'
(Gazeta Mercantil)
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