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Capacitação
possibilita empregos a jovens de baixa renda
Com oito mil
cursos nos últimos quatro anos, o Programa Capacitação
Solidária permitiu que 102 mil jovens de baixa renda - 60%
dos alunos participantes - conseguissem emprego.
O Capacitação
Solidária, que integra o Programa Comunidade Solidária,
desenvolve projetos de qualificação profissional através
de entidades não-governamentais, utilizando recursos do Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID), do Fundo de Amparo ao Trabalhador
(FAT) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES).
O envolvimento
de entidades locais possibilita um enfoque nas necessidades específicas
de cada região, como a fabricação de jangadas
ou a criação de ostras. Além dos conhecimentos
técnicos, os cursos procuram trabalhar auto-estima, sociabilidade
e habilidades de comunicação.
(Gazeta
Mercantil)
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Programa
capacita 102 mil jovens
Em apenas quatro anos, 102 mil jovens brasileiros de baixa renda
e qualificação ganharam uma profissão graças
ao Programa Capacitação Solidária, ligado à
Comunidade Solidária. A maioria tem entre 16 e 21 anos, renda
inferior a três salários mínimos e vive nas
periferias das regiões metropolitanas. Cerca de 60% deles
conseguiram emprego após o término do curso.
O programa já
promoveu mais de 3 mil cursos em centenas de áreas, que passam
pelas artes cênicas, a produção de pizzas, o
cultivo de bonsais (árvores em miniatura), a hotelaria ou
o telemarketing. Em muitos casos, os temas buscam atender necessidades
locais, como a fabricação de jangadas ou a criação
de ostras.
Com duração
média de seis meses, os cursos são promovidos por
1.800 entidades não-governamentais, como associações
de bairro, cooperativas e sindicatos. O programa lança editais
para promoção de concursos públicos para a
seleção de novos parceiros.
O Capacitação
Solidária é um dos muitos conselhos que integram o
Programa Comunidade Solidária, concebido pela primeira-dama
Ruth Cardoso. Outras vertentes do projeto promovem a alfabetização
de adultos (1 milhão de beneficiários até agora),
levam universitários a regiões miseráveis ou
difundem a prática do artesanato no Norte/Nordeste. Todos
funcionam como organizações sociais autônomas,
sem fins lucrativos nem dotação orçamentária.
Sua ligação com o governo federal é indireta.
O conselho do Capacitação Solidária, por exemplo,
é composto por representantes de alguns ministérios
e da sociedade civil. A captação também é
independente, como em outras entidades não-governamentais.
Hoje, a maior parte dos recursos empregados na educação
de jovens vem do Banco interamericano de Desenvolvimento (BID),
do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES). Ao todo, o programa repassou R$
113,5 milhões até o fim do ano passado.
'Quando começamos,
havia raríssimos cursos de formação para jovens
sem o 1º grau completo', conta Célia de Ávila,
coordenadora nacional do programa. Administradora pela Fundação
Getúlio Vargas e economista pela Universidade de São
Paulo, Célia resume seu desafio citando Ruth Cardoso. Para
ela, diz Célia, o segredo da gestão social é
uma mistura de gestão e bom senso.
Na verdade,
o segredo do Capacitação Solidária está
na terceirização dos serviços e na centralização
da captação e da supervisão. O programa retém
8% dos recursos que arrecada. O restante é repassado para
as organizações capacitadoras. Do que recebem, elas
guardam 10% para gastos administrativos. Outros 20% vão para
as bolsas-auxílio pagas aos estudantes - cerca de R$ 50 mensais
por jovem. Os 70% restantes vão para o pagamento de professores,
compra de uniformes e material didático, alimentação
e transporte dos alunos. Eventualmente, também bancam um
seguro de vida para alunos que exercem atividades com algum risco.
Em média,
a hora/aula custa, para o Capacitação Solidária,
R$ 1,80. Segundo Célia de Ávila, é menos do
que gasta, para obtenção de resultado semelhante,
o FAT, ligado ao Ministério do Trabalho, ou o Sistema S (Senac,
Senai). 'O FAT, por exemplo, paga R$ 2 a hora/aula, mas esse valor
não inclui bolsa-auxílio'.
Uma série
de pesquisas realizadas com ex-alunos e entidades que promovem a
capacitação indica que os cursos de fato mudam a vida
dos jovens. Um dos levantamentos mostra que cerca da metade afirma
que aumentou sua vontade de estudar, melhorou seu desempenho escolar
e tem vontade de fazer novos cursos. Em 56% dos casos, os entrevistados
falam em uma redução da agressividade. Célia
diz que o programa Capacitação Solidária não
se limita a passar conhecimentos técnicos. 'Trabalhamos sua
auto-estima, sociabilidade, habilidade em falar ou buscar emprego',
diz.
O programa também
treina gestores sociais das suas entidades-parceiras. Até
o fim do ano passado, promoveu seminários para 4.149 pessoas
vindas de 19 estados, que aprenderam a elaborar projetos, administrar
o pessoal ou buscar recursos. Cerca de 79% dos beneficiários
trabalham em entidades não-governamentais e o restante se
divide entre órgãos de governos municipais e estaduais,
funcionários do Sistema S, universidades e sindicatos.
(Gazeta Mercantil)
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