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economia
04/01/2005
País fecha ano com recordes na balança

SÃO PAULO e RIO. O Brasil colecionou recordes no comércio exterior em 2004. Dados divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento mostram que as exportações atingiram US$ 96,47 bilhões, 32% a mais do que os US$ 73 bilhões de 2003, enquanto as importações cresceram 30%, para US$ 62,7 bilhões, garantindo um saldo histórico de US$ 33,69 bilhões na balança comercial. Mas o aquecimento da demanda interna e a queda nos preços internacionais das commodities devem fazer com que as importações cresçam mais do que as exportações nos próximos 12 meses.

Segundo o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, o país deve exportar US$ 108 bilhões este ano, só 12% a mais que em 2004, e as importações crescerão entre 20% e 30%:

"As importações devem manter o ritmo forte este ano e as exportações crescerão menos, porque a base de comparação será mais elevada e alguns bônus (a explosão de preços da soja e seus derivados) de 2004 não se repetirão".

Furlan espera que o país consiga romper a marca dos US$ 100 bilhões em exportações (em 12 meses) neste semestre. E destacou o desempenho das exportações de manufaturados, cuja participação nas vendas do país passou de 54,3% para 54,9% em 2004.

"O país tem conseguido resultados mais positivos em setores que dependem menos de oscilações de mercado."

Saldo
A despeito da acomodação dos preços dos grãos, Furlan acredita que outros setores do agronegócio — como carnes, sucroalcooleiro e café — contribuirão para expandir as exportações este ano. Perguntado sobre o impacto desfavorável do real valorizado frente ao dólar, o ministro afirmou que as empresas têm de ter visão de longo prazo e continuar buscando produtividade.

Em dezembro, mesmo com o câmbio desfavorável, o país teve o segundo melhor saldo da balança no ano, US$ 3,51 bilhões, só menor que os US$ 3,8 bilhões de junho. As exportações atingiram US$ 9,19 bilhões, e as importações, US$ 5,6 bilhões, resultados inéditos para o último mês do ano.

Furlan destacou ainda o fato de em 2004 o país ter incorporado mais de 600 produtos à sua pauta de exportações e a ampliação dos destinos dos produtos brasileiros. Para a Síria, por exemplo, o Brasil vendeu US$ 161 milhões ano passado (alta de 142,3% frente a 2003) e, para a Líbia, US$ 116 milhões, ou 121% mais.

Os analistas não estão tão otimistas: esperam para este ano um cenário global menos favorável, com crescimento mundial menor e preços das commodities menos atraentes. E há a preocupação com a queda do dólar. Na média, a projeção é de que as exportações cresçam para US$ 100 bilhões, graças sobretudo aos produtos manufaturados, mas que o saldo comercial recue para algo entre US$ 25 bilhões e US$ 29 bilhões, devido à alta das importações.

"O aumento das exportações virá dos manufaturados, que dependem do câmbio. Se o real continuar apreciado, o cenário pode mudar", diz o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, que prevê um saldo de US$ 26,56 bilhões, para um dólar médio de R$ 3.

Para Octavio de Barros, economista-chefe do Bradesco, a questão é saber como os novos exportadores vão reagir à menor rentabilidade das vendas externas e a uma demanda interna mais forte.

"Eu suspeito que não haverá mudanças drásticas", disse Barros, que prevê saldo comercial de US$ 27,5 bilhões.

RONALDO D'ERCOLE
LUCIANA RODRIGUES
do jornal O Globo

   
 
 
 

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