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vitória
08/01/2004
Lula sanciona projeto de renda mínima de Suplicy

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) conseguiu. Depois de mais de 15 anos de debates e dois livros publicados sobre o assunto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sanciona hoje o projeto de lei que institui, a partir de 2005 de forma gradual, a chamada “renda básica de cidadania”. Trata-se de uma quantia distribuída pelo governo a todos os cidadãos do país, sem levar em consideração nem mesmo a condição social. “Considero a sanção desse projeto a conquista mais importante da minha vida política. Entre as coisas que consegui, essa é a que terá efeito mais longo sobre a vida brasileira e a maior repercussão internacional”, disse.

Segundo o próprio Suplicy, ele percorreu nos últimos quatro anos todos os estados do país, além de visitar países da Europa, da África e das Américas com um único objetivo: divulgar seus planos sobre a renda básica. “Neste período, fiz pelo menos três palestras por semana para trabalhadores, movimentos sociais, estudantes e professores”, conta. A defesa de suas idéias era muitas vezes original. O senador, que tem dois filhos cantores (Supla e João Suplicy), costumava cantar a música “O homem na estrada”, do grupo de rap Racionais MC’s, que retrata a vida de um ex-presidiário na periferia de São Paulo.


Visita
O professor Philippe Van Parijs — da Universidade Católica de Lovain, na Bélgica —, secretário da Rede Européia de Renda Básica, veio para o Brasil especialmente para acompanhar a sanção do projeto. Um dos compromissos foi uma reunião com a prefeita Marta Suplicy. “Esse programa é um dos mais ousados que eu conheço, porque oferece o benefício a todos os cidadãos”, disse Parijs.

De acordo com o projeto, começarão a receber o dinheiro em 2005 apenas os brasileiros mais pobres. Não há data estipulada para que o benefício se estenda a toda a população. A quantia distribuída também não está decidida e depende de dotação orçamentária. “O valor, por menor que seja, gera aquecimento na economia local, principalmente nas regiões mais pobres”, explica Suplicy.

Hoje, antes da sanção presidencial, o senador ainda deve ter duas reuniões sobre o assunto, com o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, e com Ana Fonseca, coordenadora do Bolsa Família, que congrega os programas sociais do Governo. “Não adianta virar lei, é preciso esforço para tirar do papel”, diz. “Meu caso mostra que vale a pena persistir para conseguir algo no que se acredita”.


LEONARDO FUHRMANN
do Diário de S. Paulo

   
 
   
 

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