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economia
12/02/2004
Lula cobra responsabilidade e critica empresários por remarcarem preços

BRASÍLIA e SÃO PAULO. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a fazer ontem uma advertência aos empresários: o governo vai baixar os juros, mas é preciso que eles não queiram recuperar todo o dinheiro investido em pouco tempo, remarcando preços com a volta do movimento no comércio. Num discurso para empresários de Brasília durante a inauguração da Cooperativa de Crédito da Indústria, Lula disse que a responsabilidade pela retomada do crescimento é tanto do governo quanto dos empresários. A advertência visa a evitar a remarcação de preços e, com ela, a ameaça de volta da inflação, que na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) levou à manutenção da taxa de juros em 16,5%.

" Vamos reduzir as taxas de juros aos níveis compatíveis com nossas necessidades. Mas ao mesmo tempo é preciso que a gente tome muito cuidado para que nenhum empresário queira ganhar num único mês todo o seu capital investido, remarcando o preço à medida que o comércio melhora", disse Lula. "Responsabilidade vale para todo mundo: o governo, o empresário da indústria, o pequeno, o médio e o grande empresário".

Para Lula, quando todos estiverem conscientes disso, a economia vai deslanchar:

"A palavra-chave chama-se seriedade, lealdade e compromisso com este país".

Lula declarou ainda:

"A verdade é que nunca se baixará o juro se o governo não tiver a força política para colocar seus títulos e impor juros que possam atender às suas necessidades e às do setor financeiro", afirmou o presidente, acrescentando que o governo não pode ficar com um pé no acelerador, olhando sempre se a inflação vai subir para usar juros e freá-la.

Na queda-de-braço com a indústria, que neste início de ano pediu reajustes de até 20% para seus produtos, supermercados e redes de varejo têm conseguido reduzir o impacto de uma nova onda de remarcações. No caso de alguns produtos alimentícios e de higiene pessoal, o aumento de preço acertado para o consumidor será entre 3% e 8%, três a quatro pontos percentuais abaixo do previsto nas tabelas apresentadas pela indústria.

Segundo um executivo que participa das conversas, as negociações são mais fáceis com os fabricantes de produtos dos quais os supermercados têm um estoque alto. Sem outra forma de pressão, a indústria acaba recuando do pedido inicial. Mas há casos em que o fornecedor tem ameaçado suspender a entrega de novos produtos caso o varejista não aceite o aumento pedido.

"É uma negociação natural em todo início do ano, mas a diferença agora é que as indústrias alegam que, além da pressão de custos, têm de arcar com a nova Cofins", afirmou esse executivo.

Como justificativa para os aumentos, os empresários alegam que precisam repassar o custo de matérias-primas. Há também a pressão da nova alíquota da Cofins, que passou de 3% para 7,6% para alguns produtos.



As informações são do jornal O Globo.

   
 
 
 

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