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trabalho
12/03/2004
Solução para funcionários de bingos sai nesta semana

O governo apresentará nesta semana proposta para tentar amenizar a situação dos funcionários dos bingos. Uma das idéias em estudo é aplicar o sistema conhecido como lay-off, de suspensão dos contratos de trabalho. “É uma das opções que serão levadas ao presidente”, adianta o ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini.

Segundo ele, embora medida provisória tenha proibido a atividade, a questão ainda está em aberto. “É um assunto que não esgota na MP. O ministério procura apresentar cenários.”

Uma solução é tudo o que esperam os trabalhadores, que vivem a angústia de não saber se manterão os empregos. “Eles não estão vendo o lado humano”, diz Cintya Nepomuceno, de 31 anos, há quase 10 nessa atividade. Vendedora de cartelas, ela, que é viúva, depende do serviço para ajudar os pais e sustentar os três filhos, todos homens, de 12, 10 e 8 anos. “Sou pai e mãe ao mesmo tempo. Não tenho medo de arregaçar as mangas e trabalhar. Somos profissionais sérios”, diz Cyntia, que antes atuava com telemarketing. A jornada no bingo vai das 13h às 19h.

Segundo a locutora Lina Cláudia Arrais, há seis anos em um bingo na Baixada Santista, a cena do fechamento de seu local de trabalho, na véspera do carnaval, foi deprimente. Ex-funcionária administrativa de uma multinacional, ela ficou desempregada durante oito meses até conseguir a atual ocupação. “Pelo menos no bingo em que eu trabalho, a gente é muito família com os clientes. Conheço a vida pessoal de pelo menos 70% deles.”

Registrada, assim como Cyntia, ela espera uma solução rápida. “Até 20 de março, estamos todos empregados. Depois ninguém sabe o que vai ser.” A locutora trabalha das 21h às 5h20, com uma hora de descanso e uma folga semanal. Uma vez por mês, ela tem um sábado ou um domingo de folga.

Também com carteira assinada, Hugo Restani trabalha, ou trabalhava, há um ano e meio em um bingo de grande porte na Zona Norte. Como muitos outros, mudou de área após ver diminuídas as chances no mercado. “Tenho um currículo razoável”, diz. “Para muitos, a situação é periclitante. Há pessoas com filhos deficientes, mães solteiras, todos trabalhando honestamente.”

 

 

VITOR NUZZI
do Diário de S.Paulo

   
 
 
 

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