Carolina
Lopes
A questão da saúde em São Paulo é
crônica. Até por isso, sua melhoria foi uma das principais
promessas na campanha do prefeito José Serra. Este ano o município
irá investir num modelo de gestão para os órgãos públicos
de saúde baseado em parcerias. Já na primeira semana de janeiro
foi aprovado na Câmara Municipal o PL 318/05,
que permite que organizações sem fins lucrativos atuem junto
ao poder público na administração da saúde.
O projeto original previa esse sistema
também para áreas como educação, cultura, habitação, mas foi
aprovado em votação final apenas a área da saúde. A intenção
é modernizar o sistema, agilizando o atendimento e economizando
recursos públicos. Isso porque, estando a cargo de uma OS
a gestão de um hospital, trâmites corriqueiros do funcionalismo
público como processos de licitação para compra de material,
por exemplo, não são necessários.
No âmbito estadual esse sistema já
funciona desde 1998 e, com a provação da lei, também funcionará
na esfera municipal. Já sancionado pelo prefeito José Serra,
o próximo passo é a regulamentação da lei. Não há prazo definido
para que isso aconteça, mas a assessoria de imprensa da Secretaria
Municipal de Saúde informou que o desejo do secretário Luiz
Roberto Barradas Barata é que entre em prática ainda esse
semestre. Assim, qualquer Unidade Básica de Saúde, ambulatório,
posto do bairro, hospital, ou aparelho público da área, poderá
estar a cargo de uma OS.
Segundo a assessoria de imprensa da
Secretaria de Saúde do Estado, esse sistema é plenamente satisfatório.
Em pesquisa realizada pelo órgão em 2003, com 8 mil usuários,
o resultado foi de 95% de aprovação. Além da satisfação por
parte da população, o sistema, segundo o órgão, é mais econômico.
Em pesquisa realizada pelo mesmo, em 2004, chegou-se a um
custo médio de internação de 25,1% menor nas unidades administradas
por OSs do que em administrações diretas, com um atendimento
médio de 30% maior. A pesquisa foi realizada com 13 hospitais
regidos pela gestão pública e 13 sob as organizações,
todos de porte semelhante. O estado mantêm hoje 16 hospitais
sob a tutela de OSs; entre eles estão: Hospital Estadual de
Sapopemba, Hospital Geral de Carapicuíba, Hospital Estadual
de Francisco Morato, entre outros.
Para ganhar esse direito, a organização
deve atender alguns requisitos, tais como: existir há mais
de 5 anos e não ter fins lucrativos. Além disso, deve seguir
uma série de determinações, tais como: publicar anualmente
relatórios financeiros e do contrato de gestão e estar dentro
das normas padrões do serviço público de saúde. Quando houver
mais de uma OS interessada em um determinado aparelho, que
tenha qualificação para tanto, também está previsto na lei
processo seletivo.
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